Portugal e Brasil integram fundadores de novo banco internacional, anuncia China

Mundo Lusíada
Com Lusa

IV Conferência Ministerial do Fórum de Macau, na China.
Fórum de Macau, na China.

Portugal e Brasil integram a lista dos 51 fundadores do novo banco internacional proposto pela China, o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB), divulgada em 15 de abril pelo Ministério das Finanças chinês.

Mais países poderão ainda solicitar a adesão ao AIIB, mas já não terão direito ao estatuto de fundador, que permite participar na definição das regras do novo banco.

Estados Unidos, Japão e Canadá estão ausentes do projeto, mas entre a lista dos fundadores figuram outras grandes economias mundiais, entre as quais a Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Coreia do Sul e Rússia.

Visto inicialmente em Washington como um desafio à ordem financeira internacional, em competição com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, o AIIB foi lançado em outubro passado em Pequim com o apoio de 21 países asiáticos.

O objetivo é financiar a construção de infraestruturas na Ásia-Pacifico, empreitada que, segundo algumas estimativas, deverá custar cerca de 8 bilhões de dólares ao longo da próxima década.

Em meados de março passado, o Reino Unido anunciou a adesão ao AIIB e, a seguir, muitos outros países europeus fizeram o mesmo. Metade dos 28 Estados-membros da União Europeia são fundadores do novo banco: Alemanha, Áustria, Croácia, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido e Suécia.

O Brasil é o único país latino-americano da lista e do continente africano só há dois (África do Sul e Egito). Austrália, Suíça, Islândia, Noruega e Nova Zelândia fazem igualmente parte do núcleo fundador do AIIB.

Da Ásia, alem do Japão, faltam pouco mais do que os países em guerra ou muito isolados, nomeadamente Coreia do Norte, Afeganistão, Iemen, Síria e Iraque.

Taiwan – a ilha onde se refugiou o antigo governo da China depois do Partido Comunista tomar o poder no continente, em 1949 – poderá integrar o AIIB, mas com “uma identidade apropriada” e não como membro fundador, estatuto reservado a estados soberanos reconhecidos como tal por Pequim, indicou um porta-voz chinês na segunda-feira passada.

Pequim considera Taiwan uma província da China e não uma politica soberana, apoiando apenas a sua participação em organismos internacionais com o nome de “Chinese Taipei” ou “Taipei, China” (Taipei é a capital de Taiwan).

O novo banco será formalmente estabelecido ainda este ano, com um capital inicial de 50.000 milhões de dólares e sede em Pequim.

Há duas semanas, depois de uma visita à China, o secretário norte-americano do Tesouro, Jacob Lew, indicou que os Estados Unidos mudaram a sua visão acerca do projeto: “Fiquei encorajado com as conversações que tive em Pequim, nas quais os líderes da China esclarecem que eles desejam satisfazer elevados padrões e acolhem parcerias”.

“Os Estados Unidos estão prontos a saudar novos contributos para o desenvolvimento da arquitetura internacional, incluindo o Asian Infrastruture Investment Bank, desde que essas instituições completem as instituições financeiras internacionais existentes e partilhem o forte empenhamento da comunidade internacional num genuíno processo de decisão multilateral e melhorem os padrões e garantias dos empréstimos”, afirmou também Jacob Lew.

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