Portugal com 175 mil novos postos de trabalho criados desde 2013 mas PS acusa “números falsos”

Da Redação
Com Lusa

Logo_DesempregoO ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social anunciou neste 13 de julho que desde o início de 2013 foram criados 175 mil novos postos de trabalho em Portugal, “com qualidade e efetivos” nos quadros das empresas.

“Desde o início de 2013 e até hoje conseguimos criar 175 mil novos postos de trabalho, acima de tudo postos de trabalho com qualidade e efetivos”, disse o ministro Pedro Mota Soares, em Portimão, onde apresentou ao final da manhã o Programa Formação Algarve.

De acordo com o governante, “neste momento, na economia portuguesa, por cada contrato a termo que é gerado, são gerados três postos de trabalho permanentes nos quadros das empresas”.

Mota Soares acrescentou que, apesar do desemprego em Portugal ter “baixado significativamente”, e posicionar-se aos níveis de 2009, continua a ser “uma grande preocupação” do Governo.

“O combate pelo emprego, pela criação de mais postos de trabalho é a prioridade, sabendo que temos de continuar a trabalhar com as empresas e com os empregadores, onde as medidas ativas de emprego podem ser muito importantes”, sublinhou.

Mota Soares admitiu que Portugal “ainda tem uma taxa muito elevada de desemprego”, mas garantiu que o Governo “não baixa os braços”, apesar dos sinais significativos de recuperação do emprego.

“Os sinais que continuamos a ter são de recuperação de emprego em todo o país, sinal que a taxa de desemprego continuará a descer e é esse o sentido que nós queremos”, sustentou.

Pedro Mota Soares apresentou em Portimão o Programa Formação Algarve, onde vão ser aplicados 1,5 milhões de euros na formação de trabalhadores para “combater a sazonalidade do emprego na região”.

“Dado o sucesso conseguido com as três anteriores edições do programa, que superou as expectativas, decidimos alocar 1,5 milhões de euros para atingir cerca de duas mil pessoas”, indicou o ministro.

“Hoje o Algarve tem um cenário do ponto de vista do emprego bastante diferente do que tinha há um ano e meio atrás, uma região onde o desemprego chegou a ultrapassar os 20%, mas está neste momento aos níveis de 2009, o que é o reflexo de um esforço do trabalho feito”, destacou.

Na opinião de Pedro Mota Soares, o Programa Formação Algarve “foi exemplar, tendo contribuído para a conversão de trabalhos de contratos precários em permanentes”.

O Programa Formação Algarve visa apoiar as relações permanentes de trabalho, através do apoio à conversão de contratos de trabalho a termo certo ou incerto em contratos sem termo, com o aumento das competências dos trabalhadores. No Algarve, desde a criação do programa em 2011, foram apoiadas 131 empresas e 2.164 empregados e desempregados.

Acusação
O PS porém acusou o ministro Pedro Mota Soares de divulgar números falsos sobre o emprego em Portugal, contrapondo que o balanço líquido do mandato do Governo aponta para a destruição de 320 mil postos de trabalho.

“O ministro Mota Soares deve estar desorientado com a não retoma do emprego em Portugal, como demonstraram os mais recentes indicadores do Instituto Nacional de Estatística [em maio], efabulou e inventou números sem qualquer credibilidade. Cada vez que um membro do Governo faltar à verdade, o PS irá repô-la, fazendo os desmentidos que se impõem”, advertiu o dirigente socialista.

Segundo João Galamba, “é falsa” a ideia do dirigente do CDS-PP de que Portugal criou 175 mil empregos desde o início de 2013, referindo que os dados demonstram antes que “foram apenas 120 mil, dos quais cerca de 75% são contratos de emprego e inserção”.

“Estes números apontados não incluem estágios e são empregos precários criados no Estado e nas Instituições Privadas de Solidariedade Social (IPSS). Não há, portanto, qualquer dinamismo criador de emprego no setor privado”, sustentou o deputado socialista.

João Galamba acusou também o ministro da Solidariedade e do Emprego de pretender “esconder” que o mandato do atual Governo começou em junho de 2011 e não apenas em 2013. “Em quatro anos verifica-se uma destruição líquida de emprego na ordem dos 320 mil. Assim, mesmo com todo o arsenal de políticas ativas de emprego, nestes últimos dois anos e meio, o Governo criou muito menos empregos do que destruiu. Só no segundo semestre de 2012 foram destruídos 181 mil empregos”, contrapôs o membro do Secretariado Nacional do PS.

João Galamba contestou ainda a afirmação de Pedro Mota Soares, segundo a qual por cada emprego precário são criados três postos de trabalho permanentes. “Isso é também falso, porque 90% dos novos contratos são precários e não permanentes”, advogou o dirigente socialista.

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