Operação Marquês: Ministério Público faz buscas em endereços de ex-gestores da Portugal Telecom

Mundo Lusíada com Lusa
OiPT_PortugalTelecomO Ministério Público português realizou buscas a sociedades do Grupo Portugal Telecom (PT), residências de antigos gestores da empresa e a um escritório de advogados no âmbito da Operação Marquês, anunciou a Procuradoria Geral da República.
Em nota à comunicação social divulgada dia 14, a Procuradoria-Geral da República explica que, no âmbito da designada “Operação Marquês” realizaram-se, ontem [quarta-feira], buscas em vários pontos do país, designadamente em instalações de diversas sociedades do grupo PT, em residências de antigos gestores da empresa e num escritório de advogados.
Em causa, adianta a nota, “estão eventuais ligações entre circuitos financeiros investigados neste inquérito e os grupos PT e Espírito Santo, “estando em investigação de factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.
A Operação Marquês já conta com mais de uma dezena de acusados, entre os quais o ex-primeiro-ministro José Sócrates que está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, informa a agência Lusa.
Entre os acusados no processo da Operação Marquês estão ainda a ex-mulher de Sócrates Sofia Fava, o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara e a sua filha Bárbara Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro.
O MP enviou uma carta rogatória para Angola para constituir arguido o empresário luso-angolano Helder Bataglia.
A defesa de José Sócrates considerou que o surgimento de novas suspeitas do Ministério Público na Operação Marquês tornou-se “recorrente à medida que as `velhas´ vão falindo” e os prazos para encerrar o inquérito são “sucessivamente violados”.
Esta posição dos advogados José Araújo e Pedro Delille surge após o Ministério Público (MP) ter feito as buscas de “eventuais ligações entre circuitos financeiros investigados neste inquérito e os grupos PT e Espírito Santo”.
“Há muito que se percebeu a tática do Ministério Público – novas suspeitas para justificarem novos adiamentos”, refere a defesa do antigo primeiro-ministro socialista, em comunicado.
Reagindo à nova linha de investigação do MP, os advogados sublinham que as velhas e as novas suspeitas têm “em comum” a “ausência de factos concretos, suscetíveis de contradição e de prova, o registro especulativo e o método da sua divulgação”.
“O MP nunca confrontou, como era seu dever legal, o engenheiro José Sócrates com as ditas suspeitas e com factos que lhes dessem substância – limitou-se a atirá-las para o espaço público através dos jornais. Não são suspeitas, são insultos, não é um processo, é uma perseguição”, criticam, lembrando que, depois da “lenda do Grupo Lena e da lamentável invenção de Vale de Lobo”, surge agora a Portugal Telecom e negócios dela, nomeadamente na OPA da Sonae e na compra da participação na Oi, no Brasil.

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