Justiça brasileira devolve à Petrobras milhões de euros desviados em esquemas de corrupção

Da Redação
Com Agencias

A Petrobras já recebeu, desde o início da Operação Lava Jato, R$ 1,476 bilhão desviados da companhia no esquema de pagamento de propina desvendado pelo Ministério Público do Paraná e pela Polícia Federal.

A Petrobras, que está no epicentro de um enorme escândalo de corrupção no Brasil, recuperou 654 milhões de reais (167,2 milhões de euros) de dinheiro desviado em atos de corrupção desvendados pela operação Lava Jato.

Com esta soma, resultante de acordos de colaboração com os tribunais e pessoas envolvidas em diversos escândalos de corrupção, o total de fundos devolvidos à Petrobras desde 2014 atingiu 1,48 mil milhões de reais (380 milhões de euros), segundo um comunicado da empresa.

“A Petrobras coopera com o Ministério Público, a polícia federal, as autoridades fiscais federais e outras autoridades competentes desde o início das investigações, melhorando a aprovação dos seus mecanismos de controlo”, assegurou a empresa.

A extensa investigação da operação Lava Jato descobriu uma vasta rede de pagamentos de subornos vinculados, em particular, à Petrobras que operaram no Brasil durante mais de dez anos.

A Justiça brasileira já denunciou por atos de corrupção dezenas de políticos, incluindo ex-Presidentes da República, governadores, senadores e deputados federais, bem como importantes empresários.

A Petrobras acrescentou no mesmo comunicado que foi “reconhecida pelas autoridades como vítima dos atos desvendados pela Lava Jato” e indicou que “medidas judiciais continuarão a ser tomadas contra empresas e pessoas, incluindo ex-funcionários e políticos, que danificaram suas finanças”.

Gleisi Hoffmann

A Petrobras também quer que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) seja condenada a devolver, com seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o valor de R$ 1 milhão aos cofres da empresa. O empresário Ernesto Klueger também é alvo da cobrança.

O pedido foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na ação penal em que a senadora foi denunciada por corrupção e lavagem de dinheiro.

Nas alegações finais sobre o caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que os três réus, além de condenados, fossem obrigados a pagar R$ 4 milhões em indenização aos cofres públicos, quatro vezes mais do que o R$ 1 milhão que teriam sido desviados da Petrobras para irrigar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Bernardo teria solicitado a quantia ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria providenciado o pagamento por meio do doleiro Alberto Yousseff.

Na condição de auxiliar de acusação, a Petrobras pediu que, a partir dessa indenização, seja ressarcida em, ao menos, R$ 1 milhão, valor “inequivocamente, desviado dos cofres da requerente [Petrobras], através de estratagemas acuradamente analisados e reconhecidos pela acusação em suas considerações finais”.

No requerimento, a Petrobras volta a afirmar ter sido a maior vítima dos esquemas de corrupção revelado pela Operação Lava Jato desde 2014.

Até a publicação da reportagem, a Agência Brasil não conseguiu contato com os acusados. A senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo sempre negaram qualquer irregularidade.

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