Inicia na Suíça processo de insolvência do Banque Privée Espírito Santo

Enquanto isso em Portugal, Novo Banco torna-se um ativo “atrativo”, sendo natural que surjam vários bancos interessados na sua compra, sobretudo, no mercado português.

 

Mundo Lusíada
Com Lusa

Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA
Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA

O regulador suíço anunciou em 19 de setembro ter iniciado o processo de insolvência do Banque Privée Espírito Santo devido ao “sobreendividamento” do banco, estimando que será possível reembolsar aos clientes os depósitos garantidos “rapidamente e na totalidade”.

“A 19 de setembro de 2014 a Autoridade Suíça de Supervisão dos Mercados Financeiros (FINMA) iniciou os procedimentos de insolvência contra o Banque Privée Espírito Santo. A FINMA detectou que o banco, que está em processo de liquidação voluntária desde julho de 2014, estava sobreendividado”, refere o regulador em comunicado.

Segundo a FINMA, as atuais estimativas apontam para que o banco esteja “em condições de reembolsar rapidamente e na totalidade os depósitos privilegiados aos seus clientes”.

O supervisor explica que o fato do Banque Privée Espírito Santo estar em liquidação “implicou que os seus ativos tivessem que ser reavaliados de forma muito rigorosa”, até porque “uma empresa em liquidação tem que ter as necessárias provisões face aos custos para se manter em operação até entregar a sua licença bancária”.

Em Portugal
Já no Novo Banco, Horta Osório considera que a quota de mercado detida pelo Novo Banco em Portugal torna-o um ativo “atrativo”, sendo natural que surjam vários bancos interessados na sua compra, sobretudo, os que já atuam no mercado português.

“Um banco que tem 150 anos de história, com trabalhadores fantásticos que tinham a melhor relação com as empresas em Portugal – e que vão querer ajudar os seus clientes da melhor maneira possível e preservar o valor do banco -, e que tem 15% do mercado português, é um ativo sem dúvida atrativo”, afirmou à agência Lusa o presidente do Lloyds Banking Group.

“Agora, obviamente que, dado o enorme montante de capital que o banco teve que receber, vai haver uma perda e eu penso que o objetivo é minorar essa perda”, referiu António Horta Osório. “O fato do futuro do banco ser, neste momento, incerto, obviamente não ajuda”, frisou, apontando ainda para a queda da marca Espírito Santo.

E salientou: “Houve problemas gravíssimos no BES [Banco Espírito Santo] que eu espero que sejam apurados rapidamente, porque o povo português merece que esses problemas sejam apurados e que as responsabilidades sejam clarificadas”.

No dia 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 bilhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

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