“Espero que os gregos acabem por regressar à mesa de negociações” diz presidente português

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto/Arquivo: Novembro/2011
Foto/Arquivo: Novembro/2011

O Presidente português disse nesta segunda-feira esperar que os “gregos acabem por regressar à mesa das negociações”, considerando que tal será benéfico para a Europa e que um incidente financeiro grego não afetará significativamente o crescimento econômico português.

“Eu espero bem que os gregos acabem por regressar à mesa das negociações. É meu convencimento de que isso será benéfico para a Europa no seu conjunto, também para Portugal e para a Irlanda, e será benéfico para a Grécia. Há muito tempo que pensava que pela forma como os negociadores gregos estavam a atuar as coisas iam acabar mal. Mas eu formulo votos para que a Grécia volte à mesa das negociações e continue a ser um país do Euro em pleno direito”, disse Aníbal Cavaco Silva aos jornalistas.

Na opinião de Cavaco Silva “algum contágio ocorrerá a toda a zona do Euro, não apenas a Portugal, mas neste momento a União Monetária tem instrumentos que permitem enfrentar um incidente financeiro grego muito melhor do que aquilo que aconteceria há dois anos”, acreditando que “o crescimento econômico português não será significativamente afetado”.

Ainda no dia 28, o presidente afirmou que “a zona do Euro irá sobreviver com a mesma força que teve no passado” já que apesar de acreditar que a Grécia não vai sair, se isso acontecer ainda ficam 18 países. “Eu penso que o Euro não vai fracassar, é uma ilusão o que se diz. A zona do Euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países”, respondeu.

Também o vice-primeiro-ministro Paulo Portas voltou a frisar que Portugal está muito longe da situação da Grécia, enumerando uma série de objetivos cumpridos pelo país, não só na altura da assistência financeira mas também no ‘pós-troika’.

Paulo Portas afirmou que Portugal conseguiu fechar o programa com a ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) “no primeiro momento possível, teve a liberdade de não escolher um programa cautelar, não pediu mais tempo e não pediu mais dinheiro”.

Situação grega
A Grécia pode pedir um terceiro programa de resgate, após expirar o atual esta terça-feira, mas as condições dos credores para emprestar dinheiro a Atenas seriam semelhantes, segundo fontes comunitárias.

A 30 de junho, termina a extensão do atual programa de resgate da Grécia, depois do Eurogrupo de sábado não o ter aceitado prolongar, após a decisão do Governo grego de Alexis Tsipras de levar a referendo a última proposta dos credores, questionando os eleitores sobre se aceitam as condições das instituições europeias e do FMI.

Com o fim do programa e sem acordo quanto às reformas a executar pela Grécia, fontes comunitárias disseram que terminam também “todas as facilidades associadas”, ou seja, a possibilidade de Atenas aceder à última tranche do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros, aos 10 mil milhões de euros do fundo de capitalização da banca e aos dividendos que o BCE fez com a dívida pública grega.

Numa mensagem transmitida através da televisão, após um Conselho de Ministros de emergência, o primeiro-ministro grego, informou que pediu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e aos líderes da zona euro o prolongamento do resgate por alguns dias. Ele havia declarado ainda que a Grécia vai introduzir o controle de capitais e anunciou que os bancos estariam encerrados na segunda-feira, garantindo que as poupanças, salários e pensões estivessem a salvo.

Também nesta manhã, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o fracasso do euro será o fracasso da Europa, apelando ao “compromisso”, quando aumentam os receios de uma saída da Grécia da moeda única. “Se o euro falha, a Europa falha”, afirmou a chanceler em Berlim. “Se perdermos a capacidade de encontrar compromissos, então a Europa está perdida”, disse a chanceler, que não pronunciou a palavra “Grécia” uma única vez.

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