Entregando o cargo, Durão Barroso defende que países da UE estão melhor hoje

Mundo Lusíada
Com Lusa

durao-barrosoEncerrando a sus gestão como presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu que os países europeus que tiveram de ser intervencionados estão hoje numa situação melhor e que foi a Europa que permitiu evitar a bancarrota.

“Claro que estão [melhor]. Os países que tiveram de aplicar programas de ajustamento estavam muito perto da bancarrota. Se não fosse a intervenção europeia teria sido uma tragédia muito maior”, disse Durão Barroso aos jornalistas, em 21 de outubro, no final da apresentação em Estrasburgo (França) do livro “Os anos Barroso”, escrito por dois historiadores.

Barroso sublinhou que, “se não fosse a União Europeia a ajudar como ajudou, Portugal estaria numa situação muito mais grave”. Segundo ele, graças à intervenção europeia, os cidadãos não tiveram de passar por situações de bancarrota.

“As pessoas sabem o que é chegar a um banco e o seu dinheiro desaparecer totalmente? As pessoas sabem o que é um país não ter dinheiro para pagar funcionários públicos mais um mês”, questionou.

Durão Barroso fez um balanço positivo do seu segundo mandato na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em seu último discurso enquanto chefe do executivo comunitário”.

Evitando temas como o problema do desemprego, Barroso considerou que deixa o cargo com a União Europeia mais forte e melhor preparada para fazer face a novas crises. “Claro que ainda há muitas dificuldades, sim, mas não se esqueçam onde estivemos. Estivemos perto da bancarrota em alguns Estados-membros”, concluiu.

Sobre os desafios que agora se colocam, Barroso falou do crescimento, considerando que para isso é necessário reformas estruturais “mais ambiciosas” e investimento público e privado. Mas também disse que já antes da crise se falava em problemas de crescimento e de competitividade.

Barroso voltou ainda 10 anos atrás para lembrar que, quando chegou pela primeira vez à Comissão Europeia, a União Europeia tinha 15 Estados-membros e que hoje são 28, o que considerou que mostra a “resiliência e força” do projeto europeu.

Como presidente da Comissão Europeia, ele elegeu também o recebimento do Prêmio Nobel da Paz em nome da União Europeia – juntamente com os presidentes do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu – como o momento mais emocionante destes 10 anos.

A Comissão Europeia liderada por Jean-Claude Juncker, já foi aprovada e substituiu a ‘Comissão Barroso’, assumindo funções a partir de 01 de novembro.

Dívida de Portugal
Portugal vai pagar 60 bilhões de euros em juros da dívida entre 2014 e 2020, dos quais mais de 1200 milhões de euros irão anualmente para os fundos europeus que contribuíram para o resgate, segundo estimativas de Bruxelas.

O PCP questionou Bruxelas sobre os “montantes que Portugal pagará de serviço de dívida entre 2014 e 2020 e sobre que parte desses montantes se destina, direta ou indiretamente, a instituições da União Europeia ou a fundos ou mecanismos com a sua participação”.

Em resposta, a Comissão Europeia estimou que Portugal deverá pagar, no total, “em juros [de dívida] cerca de 60 mil milhões de euros durante o período 2014-2020”, sendo que parte desse valor será destinado ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF).

A Comissão Europeia diz que, tendo em conta que no pacote de resgate Portugal recebeu 26 bilhões do fundo e 23,9 bilhões de euros do mecanismo, pagará “cerca de 520 milhões de euros pelos empréstimos do FEEF e 705 milhões de euros pelos empréstimos do MEEF por ano a contar da data do desembolso total”.

Estes valores, diz a Comissão, têm por base juros estimados que rondam cerca 2% no FEEF e 2,9% no MEEF, mas que podem variar, o valor exato do serviço da dívida europeia pode ser diferente no futuro. Bruxelas diz ainda que o MEEF emprestará a Portugal uma quantia adicional de 400 milhões de euros a pagar “no próximo outono”.

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