Mundo Lusíada
Com agencias
A economia portuguesa está crescendo “pouco”, mas de forma sustentada, segundo a análise feita pela empresa IMF – Informação de Mercados Financeiros aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo os dados do INE, a economia portuguesa registrou um crescimento de 1,5% no segundo trimestre de 2015 face ao período homólogo e registrou um crescimento em cadeia de 0,4%. “Ou seja, a economia portuguesa, apesar de estar a crescer ‘pouco’, está a evoluir de forma consistente e estável”, segundo a nota enviada pela IMF, onde se sublinha que este crescimento denota a estabilidade do comportamento da economia portuguesa.
Apesar de considerar esta evolução positiva, a IMF lembra que o resultado alcançado se deveu a um novo crescimento do consumo privado, “sinal da melhoria da confiança das famílias e da sua condição financeira” e admite que poderá ser “um bom sinal” a subida registrada no investimento, no entanto, será ainda preciso avaliar “o peso da variação de existências e o motivo da sua evolução”.
Como nota negativa, a IMF destaca o que considera ser o desequilíbrio estrutural da economia portuguesa: a evolução do déficit externo. O organismo destaca o “contributo negativo significativo” da procura externa líquida e “uma aceleração das importações de bens e serviços a um ritmo superior ao das exportações de bens e serviços”, por oposição ao “contributo positivo da procura interna”, “refletindo a aceleração do investimento”.
Segundo a IMF, para o conjunto do ano, “as perspectivas continuam positivas apontando-se para um crescimento perto de 1,5%, “sempre dependendo do contexto externo”. O Governo espera que o PIB português cresça 1,6% em 2015.
Já no total dos 28 Estados-membros da União Europeia o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em termos homólogos foi de 1,6% entre abril e junho.
Mais que Zona Euro
Em declarações aos jornalistas, o ministro português da Economia defendeu que os números são positivos. “Estamos a crescer mais do que a zona euro onde estamos integrados” declarou. Segundo Pires de Lima, “criaram-se no segundo semestre 106 mil postos de trabalho líquidos, nomeadamente para as pessoas que têm mais qualificações”.
“Constatamos que Portugal cresce há sete trimestres consecutivos, em termos homólogos, e está a convergir para aquilo que é o padrão econômico da zona euro, o que também não acontecia há mais de uma dezena de anos”, congratulou-se Pires de Lima.
Já a oposição defendeu que os números revelam “o contrário de tudo o que o Governo anunciou” segundo o PS. “Os valores encontram-se no patamar inferior a todas as previsões. Numa altura em que a Europa acelera o seu crescimento, Portugal é o único país que mantém o crescimento anterior”, lamentou João Galamba.
“O comércio externo continua a pesar negativamente no PIB português porque as exportações crescem menos do que as importações. Os números são preocupantes e mostram que Portugal não está a tirar partido das condições externas altamente benéficas”, disse o deputado socialista.