BCP quer autorização de Bruxelas para entrar na corrida ao Novo Banco

Mundo Lusíada
Com Lusa

BES_NovoBancoO BCP quer participar no concurso de venda do Novo Banco, segundo o presidente, Nuno Amado, vincando que isso só é possível se houver autorização da Comissão Europeia, devido aos auxílios estatais de que o banco ainda beneficia.

“Se tivermos oportunidade de analisar o processo assim o faremos. Mas não depende de nós. Neste momento, depende das negociações entre o Estado português e a Comissão Europeia, porque temos um impedimento”, avançou em conferência de imprensa o líder do BCP.

Em causa estão os 750 milhões de euros de instrumentos híbridos (CoCo) que o BCP ainda não devolveu ao Estado português, sendo que Nuno Amado adiantou que vai pedir autorização ao Banco Central Europeu (BCE) durante o presente mês para reembolsar até 250 milhões de euros destes instrumentos.

“Acho que é fundamental, porque estamos a entrar numa fase decisiva, que [o processo de venda conduzido pelo Banco de Portugal] evolua de uma maneira diferente da do passado. Terá que se concluir”, vincou Nuno Amado.

“É fundamental que esse processo tenha, na minha perspetiva, o maior número de concorrentes possível e o mais diversificado possível. Nesse sentido, o ideal era que algumas instituições financeiras portuguesas pudessem concorrer”, assinalou.

E reforçou: “Se nos derem essa possibilidade, estudaremos o processo. O alargamento do número de concorrentes era interessante. Sabemos que não é fácil, nem depende de nós, mas acho que é muito importante”.

Em comunicado, o banco liderado por Nuno Amado informou que no primeiro trimestre de 2016, o BCP obteve lucros de “46,7 milhões, comparando com 70,4 milhões no mesmo período de 2015, apesar da significativa redução das valias em dívida pública portuguesa (-115,8 milhões, líquidas de imposto)”.

Santander
Também essa semana, o presidente do Santander Totta disse que o banco está a analisar o processo de venda do Novo Banco e que já houve alguns contatos sobre a operação, mas que ainda não sabe se irá apresentar uma proposta.

“Estamos a analisar a situação, mas estamos muito longe de dizer se concorremos ou não”, afirmou António Vieira Monteiro em conferência de imprensa.

“Estamos apostados em crescer organicamente, mas não deixamos de ter em atenção tudo aquilo que se passa no mercado português”, acrescentou.

Face à insistência dos jornalistas sobre um alegado o interesse no Novo Banco, Vieira Monteiro reforçou que o banco “está atento a tudo”.

O Santander Totta concorreu no ano passado ao primeiro processo de alienação do Novo Banco, que acabou suspenso em setembro passado pelo Banco de Portugal.

No âmbito da resolução do Banif, em dezembro, comprou parte da atividade bancária do banco do Funchal, por 150 milhões de euros.

O Santander Totta apresentou as contas do primeiro trimestre, divulgando que o resultado líquido foi de 114,5 milhões de euros, mais do que duplicando o lucro de 53,8 milhões de euros do período homólogo de 2014.

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