Batendo todos os recordes, Turismo de Portugal deve ultrapassar 11.500 milhões de euros em receitas

Mundo Lusíada
Com Lusa

Populares desfrutam de uma praia em Armação de Pera, Algarve. As temperaturas máximas vão subir gradualmente entre oito e dez graus Celsius entre hoje e sábado, o que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a aumentar o número de distritos sob aviso amarelo de oito para 12, deixando apenas de fora Viana do Castelo, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu e Faro. Nas ilhas, o aviso abrange apenas a ilha de Porto Santo. LUIS FORRA/LUSA
Algarve. Foto LUIS FORRA/LUSA

O presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, afirmou que acredita que no final deste ano vão ser ultrapassados os 11.500 milhões de euros em receitas turísticas.

O responsável falava à margem do seminário Welcome Chinese, que se realizou em Lisboa, tendo dito aos jornalistas que “Portugal vai bater de novo este ano os máximos históricos em todas as variáveis do turismo”, o que considera ser “uma marca realmente notável”.

Em 2014, as receitas do turismo em Portugal aumentaram 12,4%, face ao ano anterior, para 10.393 milhões de euros.

Em fevereiro deste ano, o então secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, quando apresentou estes números afirmou: “O banco central confirmou que 2014 foi o melhor ano do turismo em Portugal, em que todos os recordes foram batidos”.

Já para 2016, João Cotrim de Figueiredo admitiu que “tudo aponta no mesmo sentido” e que Portugal está em condições de “poder ter um ano cheio de recordes”.

O presidente do Turismo de Portugal referiu ainda que os mercados emissores que mais têm crescido em Portugal são o alemão, com um crescimento de 13% este ano em número de turistas e quase 25% em receitas, o francês, que continua com “uma grande pujança” e vai reforçar este ano, além de ser o que mais gasta.

Este ano, Espanha lidera em número de turistas, o Reino Unido em dormidas, a França em receitas e Itália tem dado provas de grande dinamismo, afirmou.

Cerca de 85% das entradas de turistas em Portugal são da Europa, mas o número de turistas chineses tem vindo a aumentar.

O seminário contou com a participação da China Turismo Academy (organismo equivalente no país asiático ao Turismo de Portugal), fato que sinaliza o interesse da China no mercado turístico português.

De acordo com o responsável pelo Turismo de Portugal, “Portugal vai continuar a depender, por muitos anos, dos turistas dos mercados europeus”.

No entanto, “é importante que se prepararem alternativas em mercados emergentes, caso do Brasil, China e dos Estados Unidos”. “Nos próximos dois anos, a China deverá entrar no top 10 dos mercados emissores para Portugal”, afirmou.

“Os turistas chineses deveriam atingir, para que isso se concretizasse, um número na ordem dos 300.000 a 350.000. Acredito que possam lá chegar”, frisou ainda.

Além do mais, os turistas chineses gastam através de cartões de pagamento eletrônico 500 euros por estadia em Portugal, sendo que a estadia média destes turistas é de 1,6 dias, “o que dá 300 euros por dia”, concluiu.

Atentados de Paris
O presidente do Turismo de Portugal falou ainda que acontecimentos como os atentados terroristas em Paris, em 13 de novembro, “nunca podem ser vistos como uma vantagem para algum país”.

João Cotrim de Figueiredo rejeitou a visão de curto prazo sobre o desvio do fluxo de turistas por motivos de instabilidade e segurança, tendo-se mostrado favorável a uma visão de médio e longo prazo que é favorável ao turismo a nível mundial.

“O turismo é uma indústria de proximidade, de tolerância e de aproximação dos povos e o que se passou em Paris e noutros eventos similares que ocorreram no passado, são a antítese daquilo que o turismo deve ser”, salientou o responsável.

Segundo João Cotrim de Figueiredo, “é evidente que sempre que há um conjunto de fluxos turísticos que não consegue ir para destinos que habitualmente escolheria, outros [operadores e países] poderão beneficiar disso”.

“Mas isso é uma visão de curto prazo, que me recuso a subscrever. Portugal nunca dirá que vai beneficiar de desgraças alheias ou de problemas noutras latitudes”, advertiu.

O fato de Portugal ser, atualmente, competitivo e conseguir captar uma boa parte desses fluxos turísticos, que por um ou outro motivo poderão às vezes estar disponíveis, “isso não nos enche de alegria”, frisou.

Portugal “tendo feito o trabalho que fez, com ganhos de competitividade e quota de mercado significativos, só tem a ganhar em que o bolo do turismo mundial seja maior, porque a nossa competitividade vai encarregar-se de fazer com que o nosso crescimento seja ainda maior do que o crescimento mundial”.

O presidente do Turismo de Portugal alertou também para o facto de acontecimentos como os que ocorreram em Paris, ou outros no passado, não virem a servir de pretexto para reforçar certo tipo de procedimentos de controle, no caso das fronteiras e dos vistos, que “acabam por inibir o turismo”.

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