Bancos angolanos recebem menos 65% de divisas na última semana

Da Redação
Com Lusa

angola_bandeiraA injeção de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na banca comercial caiu praticamente 65% na última semana, regressando a mínimos do ano, depois de máximos do ano atingidos em setembro.

A informação, dando conta que foram vendidos 138,1 milhões de euros, consta do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 19 e 23 de setembro, contrastando com os 387,2 milhões de euros e 314,6 milhões de euros das semanas imediatamente anteriores.

Segundo o documento, consultado pela Lusa, as divisas disponibilizadas – mantêm-se exclusivamente em euros desde março -, em vendas diretas equivalentes a 154,3 milhões de dólares, destinaram-se a cobrir, operações de ministérios e de organismos do Estado (49,6 milhões de euros) e de necessidades de empresas (60 milhões de euros).

Foram ainda disponibilizados 29,9 milhões de euros para cobertura das operações do setor de energia e águas e 15 milhões de euros para o setor petrolífero.

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu inalterada, nos 166,717 kwanzas por cada dólar e nos 186,271 kwanzas por cada euro.

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, face à falta de divisas aos balcões dos bancos, a nota de um dólar continua a ser transacionada acima dos 520 kwanzas.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade e a revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016.

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.

A falta de divisas dificulta ainda a transferência de salários dos trabalhadores expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O BNA informou a 22 de julho que está a trabalhar com os bancos comerciais numa “melhor programação na venda de divisas” para “repor de forma gradual, programada, organizada e prudente” as necessidades de todos os setores da economia.

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