AEP preocupada com parceiros comerciais Angola, Brasil e China

Da Redação
Com Lusa

PortoFaro_exportacaoO presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Paulo Nunes de Almeida, manifestou “preocupação” com o desempenho dos parceiros comerciais Angola, Brasil e China e expectativa em relação aos EUA.

“O grande desafio que está em cima da mesa para 2017 continua a ser o do crescimento. Portugal é dos países que menos tem crescido nos últimos 15 anos — entre 2000 e 2015 o PIB [Produto Interno Bruto] apenas cresceu 2,7% em termos acumulados, contra a média de cerca de 20% da União Europeia e de 23,5% da vizinha Espanha — e o país teve a terceira pior ‘performance’ da União Europeia (UE)”, afirmou à Lusa Paulo Nunes de Almeida.

À margem do debate “Os novos desafios e oportunidades para as empresas em 2017”, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, Nunes de Almeida considerou “virtuoso” o modelo de crescimento “puxado pelo investimento e pelas exportações” definido pelo Governo para este ano, mas alertou para os perigos do atual “clima de grande imprevisibilidade” internacional.

O presidente da AEP destacou “as dúvidas sobre a envolvente externa da economia” portuguesa, considerando que “os sinais que vêm de fora continuam a ser preocupantes, designadamente em algumas economias importantes para Portugal como Angola, o Brasil e a própria China”.

“Depois também há oportunidades, como a forma como nos posicionámos na Europa em 2016 – que aponta para um crescimento global muito interessante das exportações – e o que vão ser os EUA na era Trump, com um conjunto de medidas expansionistas que pode ser uma oportunidade grande para as empresas portugueses ao nível das exportações”, sustentou.

Como “grande desafio e oportunidade” em 2017 o líder empresarial referiu ainda o crescimento do setor turístico português: “Portugal tem beneficiado nos últimos anos do fator segurança, que tem afetado grandes regiões que são nossas concorrentes, e penso que essa oportunidade se vai manter em 2017, pelo que o peso da exportação de serviços nas exportações globais vai tender a aumentar, à semelhança do que aconteceu em 2016”.

A este propósito, Paulo Nunes de Almeida revelou que a AEP vai lançar em 2017 “um programa pioneiro, numa fase inicial para a região norte”, que irá “fazer um levantamento de tudo o que são oportunidades a nível de parques empresariais e zonas de acolhimento de investimento estrangeiro”, a divulgar posteriormente “junto dos países que são normalmente grandes originários desse investimento”.

Entre os “grandes desafios para 2017” o presidente da AEP apontou ainda a “normalização do sistema financeiro, nomeadamente os dossiês CGD [Caixa Geral de Depósitos] e Novo Banco, que admite ser “uma ameaça que muito preocupa” o setor empresarial, e a evolução das taxas de juro porque “pode ser uma grande ameaça à política de consolidação orçamental”.

“No início do ano passado estávamos ainda na ressaca da grande turbulência política que o país tinha vivido, em que se levantaram algumas dúvidas sobre a sustentabilidade política do modelo. Para 2017 essas dúvidas não se levantam, portanto a esse nível há uma maior tranquilidade, mas por exemplo a nível do sistema financeiro e dos sinais que vêm lá de fora, de mercados que são importantes para Portugal, agravaram-se as preocupações”, rematou.

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