Acordo Mercosul-UE é prioritário para Brasil, diz ministro

Da Redação
Com Lusa

mercosul_logoO ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro Armando Monteiro, afirmou que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é “prioritário” para o país, e que espera que a troca de ofertas ocorra ainda neste ano.

“O Mercosul nunca apresentou ofertas tão ambiciosas, e não possui acordos com outros blocos”, afirmou o ministro, durante um seminário sobre oportunidades geradas pelo acordo, promovido pela Eurocâmaras, em São Paulo.

Cinco países integram atualmente o Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, enquanto a Bolívia se encontra em pleno processo de adesão.

Armando Monteiro disse também esperar que o acordo seja concluído em 2016 e que o seu Governo encontra “inegáveis vantagens” no mesmo.

O ministro realçou que nenhum setor foi excluído da negociação, incluindo os serviços e compras governamentais, e que a abertura do Mercosul envolve quase 90% do universo de bens.

Questionado sobre a demora na assinatura do acordo entre os blocos, com negociações que levam mais de 15 anos, Armando Monteiro afirmou que havia uma menor abertura dos países envolvidos, um processo de investimento no mercado regional e uma dificuldade com a assimetria entre os países do Mercosul.

“Percebo que cada vez mais há a compreensão de que o Mercosul precisa sair do isolamento”, realçou.

A professora Vera Thorstensen, da Fundação Getúlio Vargas, apresentou no seminário um estudo, contratado pela Eurocâmaras, que mostra que o acordo significaria para o Brasil um aumento de 1,3% do PIB até 2030 e que, atualmente, há um isolamento do país diante de acordos comerciais preferenciais.

Vera Thorstensen afirmou que a política dos governos do Partido dos Trabalhadores (na Presidência brasileira desde 2003) relegou o acordo Mercosul-UE para segundo plano, optando por dar prioridade às relações com a América Latina e a África.

Presente no seminário, o comissário europeu para Investigação, Inovação e Ciência, Carlos Moedas, realçou que a queda de barreiras protecionistas pode fomentar a propriedade de empresas de serem mais inovadoras.

Também participaram no evento o representante da UE no Brasil, João Cravinho, e o presidente da Eurocâmaras, Miguel Setas.

Em declarações à Lusa, Carlos Moedas afirmou que a UE e o Brasil firmaram novas parcerias na área da investigação científica, com um acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para que pesquisadores do Brasil participem no Horizonte 2020, o maior programa de pesquisa e inovação da União Europeia.

Carlos Moedas disse também que um edital conjunto para pesquisa na área dos biocombustíveis no valor de 10 milhões de euros, financiado metade pela União Europeia e metade pelo Brasil, será lançado ainda neste ano.

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