Acionistas do Banif reelegem Jorge Tomé e Luis Amado para a administração

Mundo Lusíada
Com Lusa

logo-banifOs acionistas do Banif elegeram neste 26 de agosto os órgãos sociais que vão “conduzir os destinos do banco” nos próximos três anos, reconduzindo Jorge Tomé e Luis Amado à frente da administração.

“Houve uma reformulação do Conselho, tanto na Comissão Executiva, como nos membros não executivos”, disse Jorge Tomé aos jornalistas, referindo-se às decisões tomadas na assembleia-geral eletiva que decorreu na sede do Banif, no Funchal, depois da reunião em maio ter sido suspensa apenas nos pontos referentes à eleição dos corpos sociais para o próximo triênio.

Segundo o responsável, que falava no final da assembleia-geral, “os acionistas tiveram uma intenção nos elementos não executivos de renovar o Conselho e fazer com que o gênero feminino estivesse mais presente”, dando cumprimento ao “compromisso que o Conselho de Administração” tinha assumido nesta matéria.

Jorge Tomé adiantou que “outros elementos do Conselho também saíram e já não podiam, porque tinham perdido a característica de independência por acumulação de mandatos”.

No que diz respeito à Comissão Executiva, o responsável mencionou que “houve dois elementos que não pretendiam continuar” (Vitor Nunes e João Paulo Almeida) e que a escolha dos elementos foi efetuada “por diretores do Banif muito seniores, pessoas com excelente formação que conhecem bem o banco, as vantagens e problemas do banco”.

No entender de Jorge Tomé, “a Comissão Executiva foi reforçada nesse sentido, porque é constituída por cinco elementos, com pessoas todas elas do banco”, enunciando que, além de manter-se na presidência, esta é composta por Carlos Firme, Jorge Nunes, Nuno Martins e João de Sousa.

Jorge Tomé referiu ainda que “a votação foi muito alta”, apontando que atingiu os 90%.

Questionado sobre os grandes objetivos do Conselho de Administração eleito, o responsável destacou que a primeira “missão é acelerar a reestruturação do banco”, o que pretende que esteja concluído “até o final deste ano” e aprovado junto da Direção-Geral de Concorrência de Bruxelas.

“A segunda missão é encontrar um acionista de referência para o Banif, de forma a substituir o Estado”, sublinhou, admitindo que já existem “contatos há meses” e que “esse trabalho vai ter continuidade”. E concluiu: “Vamos ter de o acelerar também”.

Além do Estado, os principais acionistas do Banif são a designada Herança Indivisa de Horácio Roque, o falecido líder do banco, com 6,3%, e o grupo Auto-Industrial, com 1,8%.

Prejuízos a lucros
No início do mês, o Banif anunciou que obteve um resultado líquido de 16,1 milhões de euros entre janeiro e junho, um valor que compara com o prejuízo de 97,97 milhões de euros no período homólogo de 2014.

A “melhoria significativa da atividade” consubstanciou-se “num resultado líquido consolidado positivo”, frisou o Banif num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), com a apresentação dos resultados até junho.

“Contudo, importa referir que apesar de ter evoluído positivamente, o resultado líquido foi penalizado, em termos homólogos, pela redução significativa das mais-valias relacionadas com a alienação de títulos de dívida pública portuguesa (90,7 milhões de euros no 1.º semestre de 2014, que compara com 44,7 milhões de euros no 1.º semestre de 2015), e foi também igualmente penalizado pelo aumento de menos-valias relacionadas com venda de ativos imobiliários e reforço das dotações para ativos imobiliários (-17,8 milhões de euros no 1º semestre de 2014 que compara com -45,9 milhões de euros no 1º semestre de 2015)”, adverte todavia o banco.

No que refere à margem financeira, esta registou no primeiro semestre de 2015, uma subida de 25,1%, para 55,9 milhões de euros, “beneficiando essencialmente do menor custo de ‘funding’, sobretudo ao nível dos depósitos'”.

Ao nível de comissões líquidas, estas tiveram uma subida de 22,0% em termos homólogos, para 34,9 milhões de euros, evolução que “reflete o enfoque comercial nos segmentos ‘core’, a manutenção da prossecução de uma política de maior assertividade comercial e fruto igualmente da amortização das obrigações garantidas pelo Estado”.

Os custos operacionais, sublinha o Banif, diminuíram 24,5% face ao primeiro semestre de 2014, poupança obtida, diz o banco, “de forma transversal ao nível dos custos de estrutura, tendo os custos com pessoal diminuído 22,3%, os gastos gerais e administrativos descido 27,3% e as amortizações do exercício diminuído 29,0%”.

“O Banif obteve no primeiro semestre de 2015 um resultado líquido positivo de 16,1 milhões de euros, que reflete os efeitos das medidas que estão a ser implementadas no âmbito do plano de restruturação do banco e que visam uma profunda transformação do seu modelo de negócio, bem como, assegurar a sua viabilidade num contexto econômico e regulamentar extremamente desafiantes”, reforça ainda a entidade.

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