Preocupados com cultura portuguesa em Macau, Cesário e Páscoa cobram explicações do Governo PS

Por Igor Lopes

Foto/Arquivo: O Secretário de Estado das Comunidades Portugueses, José Cesário, em visita a Santos, São Paulo.
Foto/Arquivo: O Secretário de Estado das Comunidades Portugueses, José Cesário, em visita a Santos, São Paulo.

Os deputados do PSD, José Cesário e Carlos Páscoa, estão cobrando explicações do ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, sobre as intenções do atual governo socialista, liderado por Antônio Costa, em relação à Escola Portuguesa de Macau.

Segundo refere o documento assinado pelos deputados, e que foi enviado hoje (22/01) à Assembleia da República, em Lisboa, “embora se sinta que a Escola se encontra estabilizada e com boas perspectivas de desenvolvimento, importa hoje conhecer, com o pormenor possível, quais as intenções do atual Governo relativamente ao seu desenvolvimento para o futuro”.

“Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicito (…) ao Ministério da Educação, que me informe quais são os seus objetivos para o desenvolvimento do projeto educativo da Escola Portuguesa de Macau e se estão previstas alterações à sua atual organização e ao respetivo plano curricular”, questionam os deputados.

Segundo esses sociais-democratas, “a Escola Portuguesa de Macau tem-se assumido naquele Território como um referencial de qualidade ao serviço do ensino da Língua Portuguesa e da divulgação da nossa Cultura. Simultaneamente, tem-se constituído como um importante fator de aproximação entre Portugal e as autoridades e a população de Macau, incluindo pessoas das mais variadas origens”.

No texto, estes responsáveis reconhecem que o percurso da Escola “não tem sido fácil”, pois “até há bem pouco tempo, se arrastou o processo da localização das respectivas instalações, hoje finalmente resolvido, mas que não deixou de causar alguma indefinição para o seu futuro”.

Cesário e Páscoa sublinham ainda que “a definição do projeto pedagógico da Escola tem sido alvo de vários debates e reflexões, com implicações em matérias como o ensino da Língua Chinesa, a fronteira entre o Mandarim e o Cantonense, as opções de ensino vocacional ou mesmo profissionalizante, a relação com as restantes escolas locais, entre outras”.

A fundação da Escola aconteceu em 1998, como resultado da colaboração entre o Estado Português, a Fundação Oriente e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses. Referência em Macau, essa entidade é herdeira de três instituições de ensino em língua portuguesa: a Escola Primária Oficial, a Escola Comercial e o Liceu de Macau.

De acordo com informações dessa instituição, a escola conta com 545 alunos, matriculados do 1.º ao 12.º ano. Na sua maioria, os estudantes são de nacionalidade portuguesa (453), seguidos por chineses e brasileiros. Ao todo, alunos de 22 nacionalidades frequentam o local.

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