Portuguesa que mais vendeu livros na Flip 2015 participa de bate-papo no Rio

Da Redação
Com agencias

A portuguesa Matilde Campilho foi sucesso nesta edição do evento. Foto de Walter Craveiro
A portuguesa Matilde Campilho foi sucesso nesta edição do evento. Foto de Walter Craveiro

A Flip, que ocorreu de 1 a 5 de julho, em Paraty, continua ao longo desta semana no Rio de Janeiro e em São Paulo. Destaques da programação principal, como a poeta portuguesa Matilde Campilho e o escritor queniano Ngũgĩ wa Thiong’o participam de entrevistas, lançamentos e bate-papos com o público sobre seus livros, suas carreiras e seu universo literário.

No fim de tarde de 02 de julho, a Tenda dos Autores foi tomada pela poesia do carioca Mariano Marovatto e da lisboeta Matilde Campilho. A pluralidade de sotaques e estilos ganhou os palcos da festa e arrebatou a plateia em Paraty.

Muito elogiada pelo público, Matilde foi a autora que teve mais obras vendidas durante o evento. O livro “Jóquei” teve mais de 300 livros vendidos na livraria oficial da Flip, Livraria da Travessa, mesmo com duas reposições. Em 2011, o escritor português Valter Hugo Mãe, convidado da Flip, também foi o autor que mais vendeu livros.

Durante sua participação, Matilde Campilho leu versos do “Jóquei”, que acaba de ser lançado no Brasil pela Editora 34. Com pausas, entonações e dissonâncias, Campilho entusiasmou os espectadores. “A poesia é uma coisa que a gente faz em casa, no restaurante. Mesmo que tenha muita gente em volta, não tem ninguém”, afirmou. “A poesia é íntima mesmo quando é malabarista” disse. “É preciso desenhar, é preciso fazer canções. A poesia, a música, a pintura, isso não salva o mundo, mas salva o minuto” declarou.

A poeta lisboeta nasceu em 1982, estudou em Milão, trabalhou em Madrid e, em Moçambique, leu histórias para os internados em um hospital da periferia. Em 2010, foi ao Rio de Janeiro ficar quinze dias e ficou três anos. Sua estreia como poeta no Brasil se deu pelas mãos de Carlito Azevedo, que a publicou no jornal O Globo, em 2014. “Jóquei” é seu primeiro livro.

Em outra mesa redonda da Flip 2015, no dia 04, participou a portuguesa Alexandra Lucas Coelho. Autora de uma série de diários de viagem, entre eles Vai, Brasil, Alexandra contou como, por meio de um “convívio íntimo com autores e músicos brasileiros”, o Brasil se envolveu com sua própria formação cultural. Na sequência, falou da sua necessidade de “dar a volta ao mundo para chegar ao Brasil”, quando o tema se voltou para relações colonialistas. “Descobri antes o colonialismo dos outros — francês, inglês, otomano e espanhol — até vir para cá lidar com o resultado de dominação de 500 anos do lugar de onde venho.”

Ela nasceu em Lisboa, em 1967, e trabalha como jornalista desde os vinte anos, foi editora do caderno cultural do jornal português Público. Como correspondente viajou para diferentes países e publicou suas experiências e impressões em uma série de diários de viagem.

A programação principal da Flip 2015 contou com 39 autores, 16 deles internacionais. E esta edição prestou homenagem a Mário de Andrade, agitador cultural e literário que buscou interpretar o Brasil de diferentes ângulos. As participações das escritoras portuguesas, nos eventos gratuitos pós-Flip, acontecem na próxima terça e quarta-feira:

Alexandra Lucas Coelho
8 de julho às 14h
Bate papo com Leonardo Padura
FLUPP (Festa Literária Internacional das Periferias)
Duque de Caxias (RJ)

8 de julho às 19h
Lançamento e rodinha de violão
Livraria da Travessa, Botafogo (RJ)

Matilde Campilho
7 de julho às 19h
Roda de leitura seguida de sessão de autógrafos
Livraria da Travessa, Botafogo (RJ)

8 de julho às 19h30
Bate papo com Carlito Azevedo seguida de sessão de autógrafos
Livraria da Travessa, Leblon (RJ)

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