“Portugal devia aprender com exemplo da Petrobras na animação brasileira”

Da Redação
Com Lusa

logo_Brasil-Portugal-bandeiraOs responsáveis do Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho em Portugal, defenderam que a produção portuguesa de cinema animado, que atualmente se ressente da falta de apoios do Estado, beneficiaria com o exemplo da petrolífera Petrobras enquanto mecenas do “boom” registrado na animação brasileira.

Paulo Barrosa, que integra o comitê organizador do 38º Cinanima disse à Lusa que “no Brasil houve um ‘boom’ no cinema de animação – um crescimento realmente muito grande – e a empresa que está por trás disso tudo é a Petrobras, que distribui dinheiro que é uma loucura por diferentes projetos”.

Para esse responsável pela programação do festival de Espinho, a produção portuguesa “está a sofrer muito com o corte nos apoios do Estado, tal como toda a Cultura em geral”, e o panorama nacional da animação “de certeza que estava melhor se o país seguisse o exemplo do Brasil e da Petrobras”.

Paulo Barrosa lamenta, aliás, duas situações cuja simultaneidade agrava as dificuldades de produção: “Em Portugal nem há políticas do Estado para apoiar as artes, nem há prática suficiente de apoio por parte de patrocinadores e mecenas”. “Historicamente, o Poder demite-se destas coisas e as empresas seguem-lhe o exemplo”, realça.

Manuel Matos Barbosa, que também integra o comitê organizador, nota que as verbas distribuídas pela Petrobras não se destinam apenas à produção de novos filmes, já que também são aplicadas num “trabalho muito importante que é o de recuperação” de obras antigas, arquivos de imagem, etc.

Um dos filmes que resulta do apoio da empresa de energia nessas duas componentes é “Luz, Anima, Ação”, que integra o programa do Cinanima e será exibido gratuitamente no Casino de Espinho este sábado, às 15h30.

A obra é uma produção original de 2012, mas combina excertos de antigas animações brasileiras utilizadas em cinema, televisão e publicidade, fazendo assim desfilar pela tela, ao longo de 93 minutos, as principais personalidades que ajudaram a construir a história quase centenária da animação nesse país.

Dois realizadores brasileiros, Alê Abreu e Otto Guerra, com filmes em competição no Cinanima, receberam para essas obras apoios da Petrobras.

A página de internet da Petrobras divulga, no entanto, quais as condições de acesso ao seu programa de patrocínio cultural, referindo que a empresa favorece projetos marcados “pela consistência, abrangência e continuidade”.

“[O programa está] Estruturado de forma a atingir todas as etapas da cadeia produtiva da economia da cultura e contempla iniciativas que vão desde a etapa de pré-produção até à do consumo final dos bens e serviços culturais, ativos intangíveis da economia nacional”, explica o site.

“Outro ponto de destaque é a articulação com as políticas públicas voltadas para o setor, com o propósito de unir forças no atendimento às demandas dos agentes culturais – artistas, produtores, fornecedores, pesquisadores e público “, acrescenta.

Quanto às burocracias para candidatura ao programa, a Petrobras informa: “A inscrição é gratuita e efetuada exclusivamente pela internet”.

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