Organização defende um memorial no Forte de Peniche com os nomes de presos políticos

Da Redação
Com Lusa

fortaleza_penicheA União de Resistentes Antifascistas Portugueses propõe a instalação “com urgência” de um memorial junto ao Forte de Peniche com os nomes dos 2.500 presos políticos que estiveram na cadeia durante o Estado Novo.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que integra ex-presos políticos, defende a construção de um museu no Forte de Peniche mas propõe para já a instalação de uma placa evocativa no exterior do edifício.

“Ainda que de uma forma eventualmente faseada, considerarem essencial a instalação no Forte de Peniche de um verdadeiro Museu da Resistência e da Liberdade, dando entretanto máxima urgência e prioridade à instalação, por razões de impacto e simbolismo, ao ar livre e na zona central e frontal aos pavilhões, de um memorial com os nomes dos cerca de 2.500 antifascistas que estiveram presos na Cadeia de Peniche”, referem os membros da organização, em comunicado.

No mesmo documento, a URAP sublinha que valoriza o movimento de opinião que se “ergueu” contra a concessão a privados da fortaleza de Peniche, com fins hoteleiros, defendendo a modernização do local no sentido da preservação da memória da “resistência e da luta antifascista”.

Para a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses o monumento, além do museu, deve integrar também um “numeroso e moderno conjunto de valências”: centros interpretativos, salas de exposições e de projeção e serviços de apoio aos visitantes.

A URAP recusa a demolição de qualquer dos três blocos prisionais e o afastamento definitivo de projetos de exploração hoteleira considerando que são incompatíveis com o espaço.

No comunicado, a URAP, fundada em 1976, recorda que promoveu a petição “Forte de Peniche — Defesa da Memória, Resistência e Luta — com 9.600 assinaturas — e que foi entregue na Assembleia da República em outubro de 2016.

Entretanto, o ministro da Cultura reúne-se na segunda-feira com o Grupo Consultivo do Forte de Peniche que deve apresentar uma proposta sobre os “usos possíveis para a fortaleza” nos próximos três meses.

“Como critérios orientadores desta missão, define-se que a proposta terá de respeitar a história do monumento, desde a fundação, compatibilizando as funções do espaço com a preservação da memória da sua história recente enquanto símbolo da luta pela democracia, garantindo a sua fruição pública e com a necessária viabilidade económica”, refere o comunicado do Ministério da Cultura difundido hoje.

O Grupo Consultivo vai ser presidido pela Diretora-Geral do Patrimônio, Paula Silva.

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