Louças da guarda portuguesa do século 18 encontradas em Fernando de Noronha

Da Redação

Um deslizamento de terra em julho trouxe à superfície pedaços de peças de louça do século 18 no Forte do Morro São José, no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, no litoral de Pernambuco.

As louças devem ter sido utilizadas por oficiais da guarda portuguesa entre 1758 e 1822. Nesse período, o Brasil era uma colônia de Portugal, que mantinha força militar baseada na ilha.

Elas escorreram com a água das chuvas até a trilha de rochas que dá acesso à piscina do Morro São José. Um guia que levava turistas avistou o que chamou de “cacos de cerâmica” espalhados pelas rochas e acionou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque.

Acompanhados da historiadora Grazielle Rodrigues, servidores do ICMBio foram até o local. De acordo com a avaliação da especialista, os fragmentos encontrados têm características de porcelana portuguesa e espanhola e podem significar padrão refinado de alimentação, o que evidencia que oficiais moravam no local.

“Fico feliz com a descoberta, pois são pedaços de Noronha para serem revelados. Precisamos pensar em medidas para contar essa história, que representa o período de maior sistema de defesa militar que já tivemos no Brasil”, destacou a historiadora.

Para Felipe Mendonça, chefe do Parque, “a descoberta mostra que Fernando de Noronha e suas unidades de conservação, além das belezas naturais, é um verdadeiro museu a céu aberto ainda para ser conhecido e explorado por moradores e turistas. São cinco séculos de história e mais um belo motivo para a sua conservação”.

O Reduto de São José do Morro de Fernando de Noronha também pode ser referido como Fortim de São José do Morro. Em posição dominante no extremo norte na baía de Santo Antônio, cruzava fogos com o Forte de Nossa Senhora dos Remédios. Foi erguido como complemento da defesa da baía de Santo Antônio, principal ancoradouro da ilha.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: