Durante visita do presidente ao Rio, assinatura de memorando cria Associação Luis de Camões

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (E), acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa (D), e pelo presidente do Real Gabinete Português de Leitura, Francisco Gomes da Costa (C), durante a cerimônia no Real Gabinete Português, no Rio 11 de junho. PAULO NOVAIS/LUSA

Mundo Lusíada

No Rio, foi assinado em 11 de junho, na presença do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e do Primeiro-Ministro, António Costa, um Memorando de Entendimento entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., o Real Gabinete Português de Leitura, o Liceu Literário Português e a Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V para a constituição da Associação Luís de Camões.

Este acordo, rubricado pela Presidente do Camões, I.P., Ana Paula Laborinho, e pelo Presidente das outras três instituições, Comendador Francisco Gomes da Costa, tem como principal finalidade a participação ativa do Camões na gestão do Real Gabinete de Leitura, e articulação com o Liceu Literário do Rio, associação de matriz portuguesa que também integrará a associação Luís de Camões, e visa a preservação do patrimônio que compõe o acervo cultural, social, educacional e histórico de Portugal, ligado às entidades.

O Primeiro-Ministro defendeu que, “pelo menos por 30 anos, fica garantida a perenidade das três instituições históricas do Rio de Janeiro: o Real Gabinete Português de Leitura, o Liceu Literário Português e a Real e Benemérita Caixa de Socorros D. Pedro V”.

António Costa advogou que estas três instituições deverão ser a base para a promoção da língua portuguesa na América Latina. “O Governo fez um enorme esforço em termos de avaliação no que respeita às necessidades financeiras. Mas este acordo representa a gratidão em relação à atividade de cada uma destas três instituições”, declarou o líder do executivo português.

O Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro será também o novo guardião da biblioteca do último chefe de Governo do Estado Novo. A Associação Luís de Camões, no Rio de Janeiro, irá supervisionar os 17.963 títulos e 21.506 volumes do único patrimônio que Marcello Caetano levou para o exílio no Brasil, e que doou à Universidade Gama Filho onde deu aulas. Entre as publicações mais antigas e valiosas da biblioteca de Caetano, destaque para uma edição de 1731 das “Memórias de D. João I”.

A transferência simbólica foi assinalada numa cerimônia, no Real Gabinete de Leitura, no Rio de Janeiro, na manhã do dia 11 de junho, presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e pelo Primeiro-Ministro, António Costa.

O Real Gabinete Português de Leitura (RGPL) é uma entidade cultural com mais de 180 anos de existência, fundada em 14 de maio de 1837, por cerca de 40 portugueses, entre médicos, advogados e empresários, completou 180 anos de existência em 2017, sendo esta a associação mais antiga criada pelos portugueses do Brasil após a independência de 1822.

A biblioteca do Gabinete guarda, aproximadamente, 350 mil volumes entre obras raras, manuscritos, cartas e primeiras edições. Esta recebeu de Portugal, pelo estatuto do “depósito legal”, um exemplar das obras publicadas no país, sendo a única instituição, fora do território português, que mantém este privilégio.

Agenda no Rio
A viagem de São Paulo ao Rio do primeiro-ministro foi feita a bordo do novo avião militar K390, da Embraer, “símbolo” do que deve ser a cooperação bilateral futura entre Portugal e Brasil. De acordo com estimativas do executivo português, se este modelo da Embraer só vender 120 aviões nos próximos 20 anos – isto numa perspetiva muito pessimista -, mesmo assim o retorno financeiro para as empresas nacionais de Évora e de Alverca seria na ordem de 720 milhões euros.

No início da tarde do Presidente e primeiro-ministro foi passado a bordo do Navio Escola Sagres, atracado no porto do Rio de Janeiro. Depois do almoço, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, tiraram uma fotografia de grupo com toda a tripulação do navio.

Na zona do porto, a escassas dezenas de metros do Sagres, teve também lugar a Festa dos Santos Populares com portugueses e lusodescendentes, e churrasco, sardinha assada e uma escola de samba.

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa passaram nas imediações deste almoço para saudarem os cidadãos. E a descontração de Marcelo Rebelo de Sousa foi logo notada por populares brasileiros.

Após as assinaturas dos acordos e a inauguração do Consulado no Palácio São Clemente, o Presidente e o primeiro-ministro se despediram com o monumento do Cristo, no Rio, iluminado com as cores de Portugal.

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