Angola apresenta literatura na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Da Redação
Com Lusa

Escritor  angolano Ondjak é um dos conhecidos do público brasileiro.
Escritor angolano Ondjak é um dos conhecidos do público brasileiro.

Uma delegação de Angola está a apresentar novos autores e clássicos do país na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que decorre até o próximo dia 31, por meio de um café literário.

O espaço do país na maior feira literária de língua portuguesa ocorre no âmbito do Ler Angola, o programa para o fomento do livro e da literatura no país, e tem o objetivo de buscar a internacionalização ao apresentar aos brasileiros aspectos da cultura e da literatura angolana.

“Os autores angolanos conhecidos no Brasil são apenas três nomes: [José Eduardo] Agualusa, Pepetela e Ondjaki. Esta é uma oportunidade de mostrar que Angola tem uma literatura rica e diversificada”, afirmou à Lusa o coordenador do Ler Angola, Divaldo Martins.

Entre os livros expostos no café literário de Angola estão exemplares de autores contemporâneos e os “11 Clássicos da Literatura Angolana”, uma reedição de clássicos do país feita no âmbito do programa Ler Angola. Também foi organizada a projeção do filme “Njinga, Rainha de Angola” (2013).

Martins contou que o público também se mostrou interessado em livros de história, geografia e literatura infantil, que deverão ser incluídos numa próxima presença na feira de São Paulo ou na Bienal do Rio de Janeiro, que ocorrerá no próximo ano. “Espero que esta tenha sido apenas a primeira de muitas participações”, disse.

O coordenador do Ler Angola realçou que o Brasil é o mais importante mercado de língua portuguesa, por ter 200 milhões de habitantes, e que a lei que obriga o ensino de história da África nas escolas favorece o interesse em materiais angolanos.

O Ler Angola tem como objetivos o incentivo à leitura e a produção e diversificação de livros. Além da reedição de onze clássicos do país, o programa está a financiar a publicação de onze novos escritos, de autores contemporâneos, neste ano.

Na programação
O evento, durante nove dias, decorre sob o tema “Diversão, cultura e interatividade. Tudo junto e misturado” e, segundo a organização, espera receber 800 mil visitantes num espaço de 60 mil metros quadrados.

Entre os autores internacionais participantes estão a portuguesa Inês Pedrosa e Abdulai Silá, de Guiné-Bissau, que participaram de debate sobre a literatura em língua portuguesa na Europa, África e América Latina, ao lado do brasileiro Luís Ruffato.

A portuguesa Inês Pedrosa realçou que o intercâmbio literário entre Brasil e Portugal está mais forte, com um crescente interesse de editores brasileiros por autores tanto portugueses como africanos, e também com a criação de um mercado de leitores.

A programação inclui também um debate sobre o Acordo Ortográfico, e uma discussão em torno do livro “Fernando Pessoa – Antologia Poética”, obra organizada pela crítica literária e tradutora Cleonice Bernardinelli.

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