Rede Intermunicipal quer avançar em 2015 com ações de cooperação na comunidade lusófona

Mundo Lusíada
Com Lusa

A Rede Intermunicipal de Cooperação para o Desenvolvimento, que congrega 13 municípios, quer em 2015 avançar no terreno com ações em vários países lusófonos, disseram à Lusa responsáveis da associação, criada há um ano e meio.

Esta é a primeira rede intermunicipal em Portugal que atua nas áreas da cooperação e desenvolvimento, tendo, numa primeira fase, como beneficiários os países de língua portuguesa, mas podendo vir a alargar-se a outros territórios, explicou Paulo Ramalho, vice presidente da Câmara da Maia.

Durante três dias, membros das autarquias associadas e de outras duas em fase de adesão (Alfândega da Fé e Cascais), entre outros responsáveis, estiveram reunidos em Faro para discutir e elaborar o plano estratégico da rede, que deverá estar pronto em janeiro.

“Pela primeira vez, foi possível um conjunto de municípios de Norte a Sul se associarem para a promoção de ações de cooperação em conjunto, com maior dimensão, partilhando custos, mas também conhecimentos, para uma cooperação mais eficaz”, resumiu Paulo Ramalho.

O principal objetivo da rede é desenvolver ações para contribuir para a erradicação da pobreza e para o desenvolvimento sustentável dos territórios beneficiários, trabalho que deve iniciar-se no terreno já no próximo ano, acreditam responsáveis da associação.

Alcides Bizarro, da Câmara de Grândola, explicou que, para isso, é preciso fazer um levantamento das necessidades nos países e também identificar fontes de financiamento para os projetos de cooperação internacional.

“O trabalho em rede é mais forte e mais consistente e os apoios são dados com mais facilidade”, explicou o técnico daquela autarquia, exemplificando que é mais fácil juntar 13 municípios para fazer um envio conjunto de material escolar, do que cada um fazê-lo por si.

Paulo Ramalho sublinhou ainda que existe a necessidade de apurar e promover as boas práticas de governação nos países beneficiários, o que passa por capacitar os técnicos dos municípios doadores, mas também dos que beneficiam do apoio.

A Câmara de Faro, um dos municípios fundadores da associação, tem acordos de geminação com vários municípios da comunidade lusófona, entre os quais, a Região Autónoma do Príncipe (São Tomé e Príncipe), Maxixe (Moçambique), Cidade da Praia (Cabo Verde) e Bolama (Guiné Bissau).

Para o presidente da Câmara de Faro, além de ser oportunidade para estreitar laços com os países de língua oficial portuguesa, o trabalho desenvolvido no âmbito da associação pode também ser importante para promover o desenvolvimento turístico da cidade.

Segundo Rogério Bacalhau, o próximo passo é desenvolver um plano de atividades para implementar as ações de cooperação nos países abrangidos, uma forme de potenciar o trabalho que o município já vinha desenvolvendo nessa área.

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