Presidente lamenta “muros” na circulação de pessoas entre Portugal e Cabo Verde

Da Redação
Com Lusa

O Presidente da República de Cabo Verde defendeu a necessidade de Portugal e Cabo Verde trabalharem para uma circulação mais fácil de pessoas entre os dois países, considerando que, numa relação tão boa, não faz sentido “tanto muro”.

“Temos de trabalhar para ter uma circulação mais fácil de estudantes, técnicos, desportistas, jornalistas. Não faz sentido numa relação tão boa haver tanto muro para efeitos de circulação”, disse Jorge Carlos Fonseca.

O chefe de Estado cabo-verdiano comentava, durante um encontro com jornalistas, as queixas relacionadas com a atribuição de vistos por parte de Portugal a estudantes de Cabo Verde.

“As relações [entre os dois países] são boas, mas percebo a animosidade porque, como cidadão, passo na embaixada, vejo aquelas filas e fico um bocadinho… Por isso, batalho sempre, seja com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, seja com o primeiro-ministro António Costa na questão da livre circulação. Se com a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] é difícil, não faz sentido que com Portugal também seja. Com Portugal podemos ter imaginação e facilitar as coisas”, disse.

Jorge Carlos Fonseca manifestou compreensão pelas reações de indignação dos estudantes perante as recusas na atribuição de vistos.

“Qualquer cabo-verdiano normal diz: ‘Então o Governo retira vistos à União Europeia e para irmos à União Europeia e a Portugal, com quem temos relações ótimas, é uma chatice’. Qualquer cidadão se indigna e revolta”, afirmou.

Ainda assim, revelou ter falado com a embaixadora de Portugal em Cabo Verde e ter percebido que “há a presunção de que há muita gente a pedir visto como estudante, mas que não é estudante coisa nenhuma”.

“Vai fazer outras coisas, tentar arranjar emprego, ir para Portugal para depois ir para outro lado”, acrescentou.

Insistindo na ideia de que “as coisas não estão bem” e que é preciso melhorá-las, Jorge Carlos Fonseca, que dentro de um mês fará uma visita de Estado a Portugal, promete levar uma vez mais o assunto da circulação de pessoas na bagagem.

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