PM eleito de Cabo Verde diz que situação da TACV é “muito pior do que se vislumbrava”

Da Redação
Com Lusa

CaboVerde_40anosO primeiro-ministro eleito de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse que a situação da companhia de aviação cabo-verdiana é muito pior do que se vislumbrava e prometeu rapidez na ação para salvar a empresa.

O Movimento para a Democracia (MpD) indicou formalmente ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, o nome do seu presidente, Ulisses Correia e Silva, para o cargo de primeiro-ministro de Cabo Verde, depois de domingo o partido ter ganho as eleições legislativas com maioria absoluta.

À saída da audiência com o chefe de Estado, Ulisses Correia e Silva disse aos jornalistas que ainda não começou as reuniões para a transferência de pastas com o atual Governo, mas adiantou já ter algumas ideias sobre os assuntos mais complicados que o esperam.

“A situação da companhia [Transportes Aéreos de Cabo Verde] é muito pior do que vislumbramos sem colocar a lupa. Agora vamos ter que colocar a lupa e ter toda a informação para podermos agir com rapidez e salvar a empresa”, disse Ulisses Correia e Silva.

O líder do MpD disse ainda que, depois de tomar posse, irá pedir auditorias externas às áreas da governação onde estas se revelarem necessárias.

A TACV atravessa uma situação financeira complicada, com o acumular de dívidas, que levou ao arresto na Holanda, em fevereiro, de um dos aviões da companhia.

Ulisses Correia e Silva disse ainda que já está a trabalhar na constituição da equipa governamental, mas que ainda não fez qualquer convite para pastas ministeriais, e reafirmou a sua intenção de ter um governo com no máximo 12 ministros.

“Queremos um governo que seja eficiente, bem coordenado politicamente, quanto menor o número melhor para a coordenação política e depois há poupanças que se conseguem, porque se reduz toda a administração ligada ao cargo político”, disse.

“Estamos a procurar soluções que permitam que a governação seja politicamente forte, que possa liderar para a execução do programa e seja extremamente eficiente a dar respostas”, acrescentou.

Ulisses Correia e Silva não estabeleceu prazos para a entrega do elenco governamental ao Presidente da República, adiantando que os prazos legais preveem que os deputados tomem posse ao 20.º dia após a publicação dos resultados eleitorais e que depois haverá 15 dias para apresentação da moção de confiança ao novo governo.

“Dentro desse intervalo haverá a apresentação do elenco governamental e a tomada de posse”, disse.

O Movimento para a Democracia (MpD) foi o último partido a ser recebido pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que durante a manhã manteve também audiências com o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e com a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID).

A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, transmitiu a Jorge Carlos Fonseca que o “partido respeita escrupulosamente a vontade do povo cabo-verdiano” e que “naturalmente o partido maioritário deve indicar a proposta para primeiro-ministro”.

Sobre o seu futuro, a líder do PAICV reafirmou a sua intenção de fazer uma “oposição construtiva” e prometeu uma ação fiscalizadora do cumprimento do programa apresentado pelo MpD ao eleitorado.

Questionada sobre se equaciona colocar o lugar à disposição após a derrota eleitoral de domingo, Janira Hopffer Almada considerou que é essa é “uma questão que não se coloca”.

“Continuarei a exercer as minhas funções como presidente do PAICV enquanto o partido entender que sou útil”, disse.

No mesmo sentido, o líder da UCID disse ao Presidente da República não ter qualquer objeção à indigitação de Ulisses Correia e Silva para primeiro-ministro.

“O povo decidiu de forma muito clara e a UCID só pode esperar que se cumpra aquilo que a Constituição da República diz. Não temos nenhuma objeção a que o presidente do MpD e líder do partido que venceu as eleições, com uma diferença enorme em relação aos outros, possa ser indigitado como primeiro-ministro”, disse.

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