Países de língua portuguesa reunidos no Nordeste para um intercâmbio sobre semiárido

Da Redação

Sete técnicos em saneamento rural de Moçambique visitaram a Feira SemiáridoShow no dia 29 de outubro, em Pernambuco. Foto: Embrapa
Sete técnicos em saneamento rural de Moçambique visitaram a Feira SemiáridoShow no dia 29 de outubro, em Pernambuco. Foto: Embrapa

Representantes de nove países de língua portuguesa estão reunidos no Nordeste para um intercâmbio de boas práticas de convivência com a semi-aridez, no âmbito das ações previstas pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). Os participantes são membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor Leste.

Os responsáveis pelo encontro são o Ministério brasileiro do Meio Ambiente, a Fundação Araripe, o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), a Universidade Federal do Cariri, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a Cooperação Técnica com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

“O nosso grande objetivo é discutir uma estratégia de cooperação técnica que fortaleça a implementação da UNCCD nos países de língua portuguesa, usando a língua comum como plataforma de diálogo”, destaca o diretor do Departamento de Combate á Desertificação do MMA, Francisco Campello. Como exemplo, Campello cita um assentamento de oito mil hectares, visitado pela comitiva, com 80 famílias vivendo do manejo florestal comunitário da caatinga (lenha e estaca) e de agricultura familiar na região do Araripe (CE).

O encontro é fruto de compromissos acordados durante a 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), em 2013, na Namíbia. A programação do evento inclui debates institucionais, visitas técnicas de campo a experiências práticas de convivência sustentável com a aridez, um seminário internacional e uma oficina de trabalho para definir as diretrizes para um projeto de cooperação técnica.

Programação

O encontro tem quatro momentos: primeiro, o grupo conheceu, em 18 de novembro, o trabalho em rede feito pela Unilab, universidade criada para fortalecer a relação Sul-Sul e fazer a disseminação da língua portuguesa. De 18 à 19, a comitiva seguiu para o interior do Ceará e de Pernambuco, para conhecer experiências de campo com manejo florestal da caatinga e do cerrado, com práticas de conservação do solo e da água – o que proporciona segurança hídrica e energética, conservando a biodiversidade.

No dia 19, o grupo de representantes dos nove países de língua portuguesa participaram do seminário Convivência com o Semiárido: desafios e possibilidades do âmbito das ações para o combate à desertificação, na Universidade Federal do Cariri, em Barbalha (CE), com palestra inaugural do professor e vice-reitor Ricardo Luiz Lange Ness sobre o papel da universidade na construção de “culturas” para a convivência com o semiárido.

Ainda, uma oficina promoverá o debate com o objetivo de levantar propostas para um projeto de cooperação técnica que ajude países da CPLP a implementar a UNCCD de forma prática e efetiva, com base em experiências conhecidas em solo brasileiro. A programação se estende até o dia 27 de novembro.

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