Ministro português incentiva CPLP a aproveitar investimentos de 19 bilhões em energia

Mundo Lusíada
Com Lusa

Central de energia eólica. Foto: Rádio ONU
Central de energia eólica. Foto: Rádio ONU

O ministro do Ambiente e da Energia incentivou a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) a aproveitar os cerca de 19 bilhões de euros de investimento previsto para os próximos anos a nível mundial na área da energia.

Jorge Moreira da Silva, que falava na abertura da Conferência Energia para o Desenvolvimento da CPLP, que acontece até quinta-feira no Estoril, afirmou que se estima “uma necessidade de investimento de 21 bilhões de dólares (19 bilhões de euros) para as redes de energia, para a eficiência energética e para as energias renováveis”, pelo que os países da CPLP não podem “deixar de olhar para este quadro muito ambicioso de investimento disponível para a área da energia, tanto na sua descarbonização como da segurança e competitividade”.

O ministro acrescentou que “está em curso uma verdadeira revolução tecnológica na área da energia, não apenas na área das energias renováveis, mas também na prospecção na área dos hidrocarbonetos”, sendo que “todos os estudos apontam para investimentos muito significativos” no setor.

“Ainda recentemente a Agência Internacional de Energia apresentou dados que apontam para que as energias renováveis e a eletricidade serão o principal elemento do ‘mix’ energético no prazo de 15 anos”, frisou.

Apesar de grande parte dos países da CPLP terem grandes reservas de hidrocarbonetos, Moreira da Silva aconselhou as nações, incluindo Portugal, a “encontrar uma resposta eficiente, abrangente, inclusiva e ambiciosa para os desafios das alterações climáticas”.

O ministro fez ainda uma antevisão da conferência sobre as alterações climáticas, que irá decorrer em Paris em dezembro, afirmando que os países da CPLP têm de “encontrar uma resposta à altura das responsabilidades”, sendo que está ao alcance.

“Tenho uma grande esperança na cimeira de Paris, em especial porque já não existe disputa no plano científico, existe mesmo uma vontade bastante alargada nesta matéria. Basta verificar que 100 países à escala global, representando 80% das emissões de gases, já apresentaram objetivos vinculativos das emissões”, observou.

Referindo-se a Portugal, o ministro disse que o país conseguiu, neste últimos anos, “não fazer da crise um pretexto para adiar, para transigir, para hesitar” em fazer o que tinha de ser feito na área da energia.

“Fizemos da crise uma razão adicional para ousar e para liderar as reformas na área da energia, como na área do gás, das energias renováveis, na eficiência energética, no setor elétrico, na fiscalidade verde, nas interligações”, adiantou Moreira da Silva, acrescentando que tal “permitiu que Portugal não só exibisse resultados muito relevantes ao nível do seu desempenho energético como também tem sido reconhecido como um país verde”.

E deu exemplos: “Conseguimos passar de 45% para 62% o peso das energias renováveis na eletricidade nos últimos três anos e baixar a nossa dependência energética para um nível recorde. Está em 71% quando em 2005 se situava nos 90%”.

Estiveram também presentes na abertura da conferência o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, o presidente da confederação empresarial da CPLP, Salimo Abdula, e o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

A primeira Conferência Energia para o Desenvolvimento da CPLP pretende valorizar este espaço geográfico para se afirmar como ator global do mapa da energia mundial através de uma valorização do papel político, econômico e financeiro do setor.

União de Exportadores
Esta semana, a União de Exportadores da CPLP (UE-CPLP) divulgou também que já conta com 400 associados e tem vindo a receber cerca de 150 pedidos de adesão todos os meses, segundo Mário Costa em declarações à Lusa a propósito do ‘road-show’ que está a promover em vários distritos portugueses, e que levará também a União, constituída no fim de 2014, a todos os países da CPLP e a todos os países observadores da Comunidade.

A União de Exportadores funciona como uma espécie de consultora para as empresas que se queiram internacionalizar para o espaço lusófono, “fornecendo serviços de consultoria jurídica, de imagem, de marketing, de financiamento e outros, o que faz com que pareça que as empresas pertencem a uma multinacional”, disse o responsável, explicando que para aderir à União é feita uma auditoria prévia para aferir da capacidade de avançar para outros mercados.

“Temos de ter um selo de qualidade, e por isso fazemos um diagnóstico gratuito a todos os potenciais associados para perceberem se querem ou não exportar, se têm ou não capacidade para isso, porque se não tiverem financiamento ou um departamento comercial e de imagem para avançarem, nós ajudamos a criar essas condições e depois o processo corre normalmente”.

Este processo custa às empresas uma quota anual de 2 mil euros, mas em troca são oferecidos serviços de aconselhamento por qualquer um dos 43 núcleos que já existem nos vários países lusófonos, que “funcionam como um escritório avançado, oferecendo apoio e oportunidades de negócio tendo em conta as necessidades de cada país e as áreas onde é mais fácil entrar”, explica o presidente da UE-CPLP, Mário Costa.

A União de Exportadores foi constituída no final do ano passado no âmbito da Confederação Empresarial da CPLP, e foi impulsionada por dois associados, a Believe e a Companhia de Ideias, “com o único objetivo de promover negócios entre empresas e instituições da CPLP”, sendo liderada pelo presidente da Believe, Mário Costa.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: