Independência 40 anos: Relações entre Portugal e Angola são “intensas” e “muito úteis”

Brasil foi o primeiro país que “acreditou” em Angola, no reconhecimento da independência, há precisamente 40 anos.

 

Da Redação
Com Lusa

Dilma Rousseff durante cerimônia oficial de chegada do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Arquivo: Dilma Rousseff durante cerimônia oficial de chegada do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, declarou em Luanda, que as relações entre Portugal e Angola são “intensas” e “muito úteis” aos dois países.

O governante português falava à margem da cerimônia oficial de comemoração dos 40 anos da independência de Angola, que decorre na manhã de 11 de novembro em Luanda, na presença de chefes de Estado e de Governo de vários países, e com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

“Esperemos que os próximos 40 anos tragam também a Angola mais progresso, mais desenvolvimento e a afirmação de Angola enquanto potência na área política e também na área econômica”, disse Luís Campos Ferreira.

O governante, que representa o Estado português nestas comemorações, falou do momento das relações entre os dois países: “Muito densas, muito intensas e muito úteis para ambos os lados”.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse, em mensagem dirigida à nação por ocasião dos 40 anos da independência nacional, que não há espaço para “saudosismo” e “espírito de vingança” de “pessoas de má-fé” em Portugal.

Na mensagem gravada, lida pelo chefe de Estado e emitida às 00:00 (menos uma hora em Lisboa) de 11 de novembro, pela rádio e televisão públicas, José Eduardo dos Santos enalteceu que o Brasil foi o primeiro país que “acreditou” em Angola, no reconhecimento da independência, há precisamente 40 anos.

Já sobre Portugal, país colonizador até 1975, José Eduardo dos Santos recordou que as relações diplomáticas bilaterais só foram estabelecidas entre os dois Estados três anos depois da independência.

“Estamos certos de que, quer em Angola quer em Portugal, as pessoas de bem vão continuar a desenvolver com confiança as relações privilegiadas que existem entre os dois povos e Estados, fundadas numa amizade sincera, solidariedade exemplar e cooperação com vantagens recíprocas, dando cada vez menos espaço ao saudosismo e o espírito de vingança e de reconquista de pessoas de má-fé”, apontou o Presidente angolano, numa mensagem de quase 40 minutos.

A independência angolana foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola e o primeiro Presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

As comemorações decorrem este ano num momento de particular tensão entre Angola e alguns setores da sociedade portuguesa, que pedem publicamente a libertação de um grupo de 15 ativistas, acusados de prepararem uma rebelião, detidos desde junho, pretensão que tem sido classificada por Luanda como uma ingerência nos assuntos internos.

A assistirem à cerimónia oficial de hoje estão os presidentes da África do Sul, Jacob Zuma, do Botsuana, Ian Khama, da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, da Namíbia, Hage Geingob, de Moçambique, Filipe Nyusi, e de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, além do vice-presidente do Brasil, Michel Temer.

As delegações internacionais anunciadas durante o ato central incluem ainda um dos vice-presidentes do Conselho de Estado de Cuba, os primeiros-ministros de Cabo Verde, da Guiné Equatorial e do Mali, além de ministros de vários países.

O ponto alto das comemorações iniciou-se cerca das 10:30 (menos uma hora em Lisboa), no Memorial Agostinho Neto, na nova marginal de Luanda, com o desfile civil e militar e a anunciada participação de 10.000 pessoas.

Segundo o programa, José Eduardo dos Santos oferece em seguida aos chefes de Estado e de Governos e delegações estrangeiras um banquete oficial, para 3.000 convidados.

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