Criar peixes pode impulsionar “nova revolução verde” na África

Da Redação
Com Rádio ONU

O ministro da Pesca Eduardo Lopes, não desistiu até apanhar uma tilápia utilizando apenas a mão como isca, no Centro de Larvicultura de Massagano.
O ministro brasileiro da Pesca Eduardo Lopes, em visita ao Centro de Larvicultura de Massagano, Angola.

O diretor-geral da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, disse que a criação de peixes pode impulsionar o desenvolvimento da produção alimentar em países africanos com déficit de alimentos.

José Graziano da Silva falou à Rádio ONU, em Nova Iorque, onde participou numa reunião sobre a relação da consolidação da paz e a segurança alimentar.

“A nova revolução verde se dá na pesca. A aquicultura, a criação de peixe doméstico e selecionado, é o que tem demonstrado os melhores resultados. O Brasil há muitos anos importou a Tilápia da África, que é originária do Nilo.”

Graziado da Silva explicou como foi melhorada a qualidade da espécie de peixes com origem no continente africano, pela companhia dedicada à pesquisa de pecuária do Brasil.

“A tilápia da Embrapa hoje é 25% mais produtiva do que a Tilápia originária da África. A cada quilo de ração ela produz um quilo de peixe, o que é realmente uma grande esperança para prover a África, que tem recursos abundantes da água, de uma proteína de muito boa qualidade. A aquicultura tem ainda a vantagem de que implantando a produção de peixe não precisamos derrubar a floresta tropical para criar pastagem.”

A agência da ONU anunciou que apoia a melhora de sementes de produtos como arroz, sorgo e milho nas áreas do Sahel e do norte de África, onde há deficiência de sementes de alta produtividade.

O trabalho é realizado em parceria com a Aliança para a Revolução Verde em África, Agra, liderada pelo antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

“Sem boas sementes não adianta usar fertilizantes, as sementes não respondem aos fertilizantes. Então, África está dando passos hoje para implementar a revolução verde. A FAO tem trabalhado junto com a Agra e o Centro do Arroz, África Rice, para melhorar as sementes.”

Para Graziano da Silva, África ainda tem muito por explorar em relação ao potencial da revolução verde, que permitiu aumentar a disponibilidade de alimentos nos últimos 50 anos em várias partes com destaque para Ásia.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: