CPLP não comenta a votação de Guterres na ONU e marca Cimeira no Brasil

Mundo Lusíada
Com Lusa

CPLP_IsaacMurargyO secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) escusou-se a comentar a indicação, pelo Conselho de Segurança da ONU, de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas.

“Vou aguardar a eleição definitiva, não me vou pronunciar de antemão. Como cidadão comunitário [da CPLP] faço votos e torço por isso”, disse à agência Lusa o moçambicano Murade Murargy, à frente da CPLP desde 2012.

O Conselho de Segurança anunciou que o português é o “vencedor claro” da votação, recebendo 13 votos de encorajamento e duas abstenções, uma das quais de um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com direito de veto. Este órgão, com poder de veto, deverá aprovar na quinta-feira uma votação formal a indicar o nome de António Guterres para a Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Murade Murargy admitiu a possibilidade de uma surpresa na votação definitiva, mas diz que está “a torcer” para que tal não aconteça. “Pode sempre haver surpresas, mas eu espero que não haja. Eu aguardo que ele seja eleito, pelo menos estou a torcer para que assim seja”, disse o secretário-executivo da CPLP.

Também a Comissão Europeia não tem, para já, qualquer comentário à indicação, pelo Conselho de Segurança da ONU, de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas.

Importante para Lusofonia
Já o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, afirmou que a eleição de António Guterres é “muito importante” para África e em particular para a lusofonia. “Esta eleição é muito importante para África, para a CPLP, para Angola e para a comunidade internacional em geral. O engenheiro Guterres tem sido um lutador incansável pelas causas importantes da comunidade internacional, em particular dos refugiados”, disse o chefe da diplomacia angolana.

Angola cumpre atualmente um mandato de dois anos como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e, à semelhança de outros países do continente, reclama para África um assento permanente no órgão.

“Temos a certeza que nessa qualidade [secretário-geral] ele vai olhar muito para África e para Angola em particular, queremos esperar que ele consiga promover alguns quadros importantes do continente africano, particularmente da lusofonia”, acrescentou, em declarações à Lusa, Georges Chikoti.

Cimeira marcada
Enquanto isso, a cimeira da CPLP foi remarcada e vai decorrer em Brasília a 31 de outubro e 1 de novembro, após ser adiada em julho devido à instabilidade política do Brasil.

A data foi concertada numa reunião do Conselho de Ministros da (CPLP) que decorreu na semana passada em Nova Iorque à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, pode ler-se num comunicado da organização lusófona a que a Lusa teve acesso.

A cimeira da CPLP realiza-se de dois em dois anos e, normalmente, em julho — mês em que foi criada a organização -, mas a instabilidade política no Brasil levou ao adiamento do encontro.

Durante esta cimeira deverá ser aprovada a nova visão estratégica da CPLP, que este ano comemora 20 anos, prevendo uma maior aposta na vertente económica e empresarial.

Nesta reunião deverá também terminar o seu mandato o atual secretário-executivo, o moçambicano Murade Murargy, ao fim de quatro anos à frente da organização, sucedendo-lhe Maria do Carmo Silveira, indicada por São Tomé e Príncipe.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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