CPLP deve regressar aos fundamentos da sua origem, diz Brasil que assume presidência em 2016

Representantes dos países da CPLP na chegada à XX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP.
Representantes dos países da CPLP na chegada à XX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP.

Mundo Lusíada
Com agencias

O Brasil quer aproveitar a presidência rotativa da CPLP, que assume em 2016, para recordar os objetivos dos fundadores da organização, valorizando em particular a língua comum partilhada, disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro.

Mauro Vieira falou à Lusa depois da XX reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu em Díli e durante a qual o Brasil se ofereceu “como sede da próxima cimeira” de 2016, assumindo a presidência nos dois anos seguintes.

“O nosso grande interesse é fazer da CPLP o que os fundadores pensaram na origem: é uma organização que tem em comum a língua, o idioma que partilhamos”, afirmou, em curtas declarações no final do encontro.

“Somos países de quatro continentes diferentes, mas acreditamos que a língua, o idioma cria um elemento de união, inclusive psicológica e não só cultural e queremos fazer valorizar esse objetivo inicial, podendo expandi-lo a outras áreas”, disse ainda.

O encontro de Díli debateu a nova visão estratégia da CPLP com vários países, incluindo os anfitriões, Timor-Leste, a defenderem uma agenda econômica mais intensa, com esforços para fortalecer a capacidade da organização lusófona em incentivar a agenda de desenvolvimento dos seus Estados-membros.

Sobre esta questão, Mauro Vieira disse que o envolvimento do setor empresarial e do resto da sociedade civil deve ser sempre “como consultivo”, sem que essas contribuições condicionem o propósito da organização.

“O objetivo não é transformar a CPLP numa instituição, numa organização que seja comercial e econômica. Ao contrário. Eu acho que é um espaço de concertação, um espaço de criação de consensos políticos e de cooperação”, disse. “E podemos ouvir e receber sugestões de diversas áreas e setores, do setor empresarial e da sociedade civil, mas sempre como contribuições”, considerou.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Agenda
A viagem do Ministro brasileiro das Relações Exteriores integrou passagens por Cingapura, Timor-Leste, Vietnã e Japão, no período de 22 a 29 de julho.

Mauro Vieira manteve encontro com seu homólogo timorense, Hernâni Coelho, ocasião em tratou, entre outros temas, dos programas de cooperação técnica prestados pelo Brasil em áreas como o fortalecimento da lusofonia, a consolidação do sistema civilista na Justiça timorense e a capacitação de recursos humanos.

O Timor-Leste é o único país da Ásia e Oceania que tem o português como idioma oficial. Segundo o governo, desde a constituição de seu Estado Nacional, em 2002, o país tem consolidado as bases de um sistema político democrático-representativo e adotado com êxito programas de inclusão social, muitos deles inspirados na experiência brasileira, como na área de merenda escolar.

Entre 23 e 25 de julho, o Ministro esteve no Timor-Leste para a XX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP. Ainda no marco das atividades da CPLP, o Ministro participou do lançamento do “Programa CPLP Audiovisual”, na área de produção de conteúdos audiovisuais, e da assinatura da “Convenção Multilateral de Segurança Social da CPLP”, acordo que ampliará a proteção social aos trabalhadores que migram entre os países da Comunidade.

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