Comunidades luso-asiáticas acreditam que são oportunidade de negócio para a CPLP

Da Redação
Com Lusa

O presidente da primeira conferência das comunidades luso-asiáticas desafiou a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a pensar no legado cultural português noutros países como uma oportunidade de investimento. “Acredito que a CPLP pode desempenhar um papel crucial na preservação e promoção da herança cultural portuguesa na Ásia”, disse Joseph Sta Maria, na abertura da conferência, em Malaca, na Malásia.

Joseph Sta Maria propôs à CPLP que desenvolva projetos de recuperação do patrimônio português e ligados ao turismo em países que preservam traços culturais ligados à herança portuguesa, deixada por toda a Ásia durante a expansão marítima dos séculos XV e XVI.

Neste contexto, deu como exemplo a reconstrução da fortaleza de Malaca construída por Afonso de Albuquerque, ou de outras fortificações que marcaram a presença portuguesa na Ásia, aliando depois outros investimentos, em hotéis ou restaurantes, para aproveitar “o potencial turístico” da região.

Joseph Sta Maria sublinhou que Malaca, por exemplo, recebe 15 milhões de turistas anualmente e que “o dinheiro está agora no turismo” e “há chineses ricos a viajar por todo o mundo”.

“A CPLP e os seus empresários podem encontrar forte potencial de negócio e investimento (…) A CPLP pode iniciar projetos para reavivar a cultura portuguesa e fazer dinheiro. Porque não?”, afirmou, acrescentando que, do outro lado, seria uma forma de apoiar as comunidades de luso-asiáticas dando-lhes, também, oportunidades de trabalho ao mesmo tempo que ajudaria preservar a identidade lusófona.

Portugal defende

Durante o encontro, o Governo de Portugal sublinhou a importância de valorizar as comunidades lusófonas em países onde o português não é língua oficial, considerando que todas as variedades do idioma têm “igual valor”.

“Por estarmos profundamente convencidos da relevância deste patrimônio global apoiámos na nova visão estratégica [da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP] a valorização das comunidades lusófonas em países terceiros, tanto as resultantes de diásporas oriundas do espaço da CPLP, como as comunidades noutros países ou regiões que preservam a influência da língua portuguesa e partilham laços conosco”, considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, numa mensagem que enviou à primeira conferência das comunidades luso-asiáticas.

No entender do ministro, “reunir em Malaca as comunidades luso-asiáticas” é “uma decisão que vem ao encontro desta nova visão”. “Estou certo de que iniciativas como esta nos permitirão potenciar a promoção da nossa língua comum, em todas as suas variedades, tidas de igual valor”, acrescentou, numa mensagem que foi lida aos participantes na conferência pelo embaixador português na Tailândia e designado para a Malásia, Francisco Vaz Patto.

Segundo Augusto, na nova estratégia do bloco, Portugal tem procurado vincar a importância de se abrir ao exterior. “O fato de partilharmos a mesma língua entre 261 milhões de falantes em todo o mundo situa-nos num contexto vivo e dinâmico que constitui a maior riqueza e a maior força da organização”, considerou.

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