Cabo-verdianos esperam do novo governo mais emprego e segurança

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, discursa na ONU. UN Photo/Sarah Fretwell
O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, discursa na ONU. UN Photo/Sarah Fretwell

Os cabo-verdianos foram às urnas em 20 de março na expectativa de que o governo que sair das eleições consiga melhorar a situação econômica, criar mais oportunidades emprego e garantir melhor segurança no país.

Corsino Carvalho, 56 anos, militar na reforma, disse à agência Lusa, depois de ter votado, que espera que o próximo governo “dê um avanço melhor” ao Cabo Verde, sobretudo na área económica, no emprego e na segurança.

Satisfeito com a forma como o dia de votação decorreu, elogiou os eleitores cabo-verdianos.

“Os eleitores já sabem comportar-se perante a situação eleitoral, penso que [a votação] está a decorrer num clima tranquilo. Estou a dar uma volta por aí para ver e as coisas estão a correr diferente das eleições anteriores e só espero no fim cada um admita o resultado que o povo escolher”, disse.

Para Corsino Carvalho, as eleições irá permitir ao país “uma nova oportunidade para começar um novo ciclo de desenvolvimento”.

No mesmo sentido, Alberto Lima Silva, 45 anos, disse esperar que o próximo governo “trabalhe melhor para o país”.

“Espero que ninguém fique em casa e que todos vão votar. Espero que tudo continue a decorrer na normalidade”, apelou, depois de ter votado, adiantando que espera “ansiosamente pelos resultados”.

Já no fecho das urnas, também António Pilé, 50 anos, carpinteiro, sublinhou a importância de votar. “Escolhemos quem vai representar o nosso país e quem trabalha para Cabo Verde. Peço para que todos votem, para ninguém ficar em casa porque é aqui que está o nosso futuro e o dos nossos filhos porque é o voto que vai definir o governo que vai trabalhar para nós”, disse.

Quanto ao futuro governo, António Pilé disse esperar que “faça melhor, sobretudo no desemprego, que está muito [alto].

Por seu lado, Joel Fernandes, 82 anos, reformado criticou os que “vendem o voto” para estar na bebedeira.

“Eleição tem de ser uma coisa séria. Até agora tudo tem decorrido normal. Assim que deve ser. Espero que aceitemos os resultados e temos de estar com aquele que ganhar”, disse.

Adiantou que os cabo-verdianos precisam de mais emprego e mais segurança e mostrou-se esperançado de que o próximo governo dê continuidade ao trabalho feito até agora no país.

“O próximo Governo tem de fazer coisas conforme está a acontecer neste momento, estão a ir em bom ritmo”, considerou.

Perto do local de voto, mas ainda sem ter votado Eurídice Andrade, 45 anos, enalteceu a grandeza do voto, algo “bonito e sagrado” que todos os cabo-verdianos deviam exercer.

“Do próximo Governo espero que faça tudo bem, que deixe as rabidantes (vendedoras) venderem tranquilo, que ajude as pessoas a fazerem as suas casas. Também deve arranjar trabalho para os jovens, precisamos também de mais segurança porque tem acontecido muitos problemas”, disse.

Já o voto de Paula Segunda, 38 anos, foi de mudança. “Votei para Cabo Verde, para poder mudar porque os jovens não têm emprego, muitos já estudaram, não têm emprego e outros estão a dar ‘caçubody’ (praticar assaltos)”, adiantou, dizendo que agora basta esperar pelas 20:00 locais (21:00 em Lisboa) “para gritar a vitória para Cabo Verde”.

Mais de 350 mil eleitores cabo-verdianos estiveram a votar para eleger os 72 deputados ao parlamento nacional, de onde sai o Governo para os próximos cinco anos, naquelas que são as sextas eleições multipartidárias no país.

Vitória
O primeiro-ministro cessante de Cabo Verde, José Maria Neves, felicitou o líder do Movimento para a Democracia (MpD) “pela brilhante vitória” nas eleições legislativas de domingo, considerando que “o povo sempre tem razão”.

“Quero felicitar Ulisses Correia e Silva e o MPD pela brilhante vitória nas eleições legislativas de 20 de março. O povo, em democracia, sempre tem razão”, disse José Maria Neve que, nos últimos 15 anos, conquistou três maiorias absolutas consecutivas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

Numa mensagem divulgada dia 21 na sua página pessoal na rede social Facebook, José Maria Neves, felicitou também todos os protagonistas das eleições do PAICV, da UCID e dos outros partidos, pelo “destacado contributo para o reforço das liberdades e da democracia”.

“É mesmo assim num Estado de Direito democrático. Uns ganham para governar e outros são escolhidos para fiscalizar e fazer oposição, todos convergindo para a realização do bem comum”, acrescentou Neves.

O primeiro-ministro, que não era candidato às eleições de domingo, sublinhou os 15 anos de governos do PAICV deixam “um país com grande credibilidade e elevada autoestima”. “Lançamos as bases e os alicerces para uma economia inovadora e competitiva, geradora de empregos e de trabalho decente, enfim de desenvolvimento sustentável”, acrescentou, desejando “muitas felicidades” “a todas as cabo-verdianas e a todos os cabo-verdianos”.

O Movimento para a Democracia (MpD), liderado pelo antigo autarca da Praia Ulisses Correia da Silva, venceu as eleições legislativas de domingo em Cabo Verde com maioria absoluta (63,7 por cento dos votos), interrompendo um ciclo de três maiorias absolutas consecutivas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

O PAICV, presidido por Janira Hopffer Almada conseguiu 37 por cento dos votos e a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) 6,9%.

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