Cabo Verde acolhe em setembro encontro da Rede de Estudos Ambientais da CPLP

Mundo Lusíada
Com agencias

CaboVerde_40anosA Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) vai acolher de 07 a 12 de setembro o 17º encontro da Rede de Estudos Ambientais dos Países de Língua Portuguesa (REALP), anunciou a reitora da universidade pública cabo-verdiana, Judite Nascimento.

O encontro, que vai decorrer sob o lema “Ambiente e desenvolvimento sustentável: Perspectivas para o pós-2015”, visa refletir sobre os novos objetivos para o contexto ambiental atual.

Segundo Judite Nascimento, o evento será uma mais-valia para Cabo Verde, uma vez que vão estar reunidos cerca de 200 investigadores e cientistas de diferentes países e universidades.

Além de apresentarem os seus trabalhos e projetos, a reitora adiantou à Inforpress que será também um momento de interação e discussão para os investigadores da Uni-CV, de modo a reforçarem a cooperação já existente com alguns países.

“Neste momento já temos inscrições de universidades de vários países, faltando apenas por inscrever a Guiné-Bissau”, referiu a responsável máximo pela universidade pública cabo-verdiana.

A Rede de Estudos Ambientais dos Países de Língua Portuguesa envolve instituições governamentais e universidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se reúnem anualmente em um dos países membros para apresentarem os resultados da investigação produzida ao longo do ano.

No ano passado, o 16.º encontro aconteceu na Universidade Federal da Amazônia, cidade de Manaus, no Brasil.

Falta de fundos para sustentabilidade
Todos os países lusófonos sofrem de falta de fundos para investir na sustentabilidade ambiental, segundo declarou à Rádio ONU o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Bráulio Dias.

O responsável atentou nas diferentes causas por trás das limitações do investimento dos países de língua portuguesa, que variam segundo a situação política e econômica específica de cada país.

“Países como Guiné-Bissau, por exemplo, pouco avançaram devido às dificuldades econômicas e políticas”, explicou, enquanto países como Timor-Leste estão a começar “quase do zero, nestes últimos anos, a fazer um esforço para implementar essa agenda”.

Angola e Moçambique “têm uma biodiversidade imensa”, mas que foi “muito impactada durante todo o período de guerra civil”. No entanto, os dois países africanos estão a fazer “um grande esforço de recuperação”, nomeadamente Moçambique, que duplicou as áreas protegidas nas últimas décadas.

Para o especialista, a prioridade dos esforços da comunidade lusófona africana deve ser o controle das espécies invasoras e a proteção das que são vulneráveis às mudanças climáticas.

Quanto a Portugal, “o grande desafio”, considerou, é superar a “crise financeira e poder voltar a ampliar os seus investimentos” na proteção da biodiversidade. “O país tem um Instituto de Conservação da Biodiversidade muito bem estruturado, e programas muito importantes na área da biodiversidade marinha”, elogiou.

Para o secretário da CDB, o Brasil obtém nota positiva, apresentando “resultados bastante significativos”, duplicando a extensão das suas áreas protegidas e sendo “o país que mais reduziu as taxas de desmatamento e desflorestação em todo o mundo nesta última década”. “Houve uma redução de mais de 80% das taxas de perda de biodiversidade do Brasil desde 2005 até agora”, acrescentou.

A CDB é um tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente.

A Convenção foi estabelecida durante a ECO-92 – a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 – e é hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas com o tema. Mais de 160 países já assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993.

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