Brasil e Guiné Equatorial são os únicos países lusófonos em recessão este ano

Da Redação
Com Lusa

O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang passa junto de um painel com bandeiras dos países da CPLP, no final da cerimônia de abertura da X Cimeira, em Timor-Leste. PAULO NOVAIS/LUSA
O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang passa junto de um painel com bandeiras dos países da CPLP, no final da cerimônia de abertura da X Cimeira, em Timor-Leste. PAULO NOVAIS/LUSA

O Brasil e a Guiné Equatorial vão ser os únicos dois países lusófonos em recessão este ano, de acordo com os dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional, no seu relatório sobre as Perspetivas da Economia Mundial.

O relatório, divulgado em Washington, prevê que o Brasil enfrente uma nova recessão de 3,8% este ano, levando o desemprego para uma média de 9,2% este ano e um agravamento para 10,2% em 2017, ao passo que a inflação deverá descer ligeiramente este ano – de 9 para 8,7%.

A Guiné Equatorial, que realiza este mês eleições presidenciais muito criticadas pela oposição pela falta de liberdade, deverá ter a maior recessão no espaço lusófono: 7,4%, a que se soma nova queda do Produto Interno Bruto (PIB) de quase 2% em 2017.

A recessão no Brasil, dizem os analistas do FMI, “causa impactos no emprego e nos rendimentos reais, e as incertezas internas continuam a limitar a capacidade do Governo para formular e executar políticas” de recuperação da economia.

Depois de dois anos mergulhado na recessão, a maior economia da América do Sul deverá regressar ao crescimento no próximo ano, mas a média anual deverá ser próxima do zero, diz o FMI, que alerta, no entanto, para o “elevado grau de incerteza” que rodeia estas previsões.

A recessão no Brasil, de resto, “foi uma das principais razões que motivou a revisão em baixa do crescimento mundial na última atualização” das previsões, em janeiro deste ano.

O FMI defende que o Governo deve “continuar a perseverar nos esforços de consolidação orçamental para fomentar uma recuperação na confiança e no investimento”, e reconhece que, “como o espaço para medidas temporárias na despesa está fortemente limitado, são necessárias medidas fiscais no curto prazo”.

Ainda assim, o desafio mais importante é lidar com a “rigidez e os direitos adquiridos insustentáveis do lado da despesa”, a par com a implementação de “reformar estruturais que aumentam a produtividade e a competitividade, incluindo o programa de concessões de infraestruturas, são essenciais para revigorar o crescimento potencial”.

Crescimento do PIB…..2016…..2017
Angola………………2,5…..2,7
Brasil……………..-3,8…..0,0
Cabo Verde…………..2.9…..3,5
Guiné-Bissau…………4,8…..5,0
Guiné Equatorial…….-7,4….-1,9
Moçambique…………..6,0…..6,8
São Tomé e Príncipe…..5,0…..5,5
Timor-Leste …………5,0…..5,5
FONTE: World Economic Outlook

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: