“Não somos 11, somos 15 milhões” torcendo pela Seleção, lembra Secretário das Comunidades

Mundo Lusíada
Com Lusa

Torcida portuguesa durante as quartas de finais da UEFA Eurocopa 2012 contra a República Checa no Estádio Nacional de Varsóvia, Polônia, 21 Junho 2012. MARIO CRUZ/LUSA O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas declarou ter sensibilizado a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para que a campanha de apoio à seleção nacional fale de 15 e não 11 milhões de portugueses.

Em causa está a atual campanha de apoio à seleção nacional durante o campeonato europeu de futebol (Euro2016), com o lema “Não somos 11, Somos 11 milhões”, que, segundo José Luís Carneiro, gerou “preocupação, tristeza e alguma indignação” nas comunidades portuguesas.

Posição que o governante transmitiu ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, fazendo notar que, hoje, o discurso público das autoridades nacionais se refere “não a 10 milhões, mas a 15 milhões de portugueses”.

“Somos mais de 15 milhões de portugueses, entre os que vivem em Portugal, emigrantes, lusodescendentes e cidadãos com nacionalidade portuguesa”, salientou José Luís Carneiro.

Da parte da FPF, o secretário de Estado com a tutela da emigração disse ter tido uma “reação muito aberta e positiva”.

A FPF, acrescentou, mostrou-se “disponível para ratificar ainda alguns dados da campanha”, apesar de ter assinalado que já houve “muito esforço desenvolvido”.

A secretaria de Estado das Comunidades, referiu ainda Carneiro, ofereceu-se “para o que for necessário na relação com os portugueses que estão espalhados e vão apoiar emotivamente a seleção”.

Irritação
Também o deputado do PS Paulo Pisco alertou que a campanha de apoio à Seleção Nacional ignora os cinco milhões de portugueses emigrantes

O deputado socialista já chamara a atenção para esta campanha, que considerou “quase uma desconsideração” para com os emigrantes portugueses, alertando o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o secretário de Estado para este assunto, na audição da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, dia 02.

“Torna-se quase uma desconsideração esquecer que a nação portuguesa não é apenas composta pelos 10 milhões que habitam dentro das nossas fronteiras, é muito mais vasta e inclui os cinco milhões que estão espalhados pelo mundo, sem contar com aquelas que são as segundas e terceiras gerações, que fazem muito mais apoiantes da seleção portuguesa”, disse o socialista à Lusa.

“Precisamos do apoio de todos, sem nenhum tipo de exclusão, e deveremos estar unidos. Seria importante que fossem considerados os 15 milhões de portugueses e não apenas os 11 milhões de que a Federação Portuguesa de Futebol fala”, afirmou Paulo Pisco.

Pisco lembrou que este é “um erro que volta a ser cometido” e que já em 2008, quando o campeonato europeu de futebol decorreu na Suíça e na Áustria, “uma marca, muito conhecida, disse que havia 10 milhões de portugueses a apoiar a seleção”.

Na altura, “isso provocou reações nas nossas comunidades, porque houve cinco milhões de portugueses que, na altura, se sentiram excluídos” e “não faz sentido que tenha voltado a haver este esquecimento”, lamentou o deputado do PS.

O Euro2016 vai decorrer em França, entre 10 de junho e 10 de julho.

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