Mutirão de limpeza é exemplo de amor pela Portuguesa

O grupo “Um Por Todos, Todos Pela Lusa” se reúne nos finais de semana para manter o Canindé limpo e ainda faz campanhas em apoio ao clube.

UmporTodosLusa

Por Odair Sene

O grupo de mutirão Um Por Todos, Todos Pela Lusa, fundado e presidido pelo Ramiro dos Santos Júnior, gerente de vendas de 46 anos, vem chamando a atenção da imprensa de São Paulo com várias reportagens publicadas e veiculadas nos últimos dias, em jornais, em programas de TV, em programas de rádio e muitos sites da Internet.

Se trata de um grupo de torcedores da Portuguesa que se uniu através de redes sociais e daí nasceu a ideia de fazer alguma coisa diferente do que sempre existiu, que era gente criticando o que não era feito (mas ninguém fazia). Ramiro dos Santos sugeriu então para “se unirem e arregaçar as mangas” ao lema de “Os três Mosqueteiros”: um por todos, todos por um. Só que não neste caso: “Todos pela Lusa”. E fazer o que era possível, um mutirão da limpeza, e assim foi feito, com um objetivo primordial: melhorar o ambiente de todos que vão ao Canindé, inclusive de quem trabalha no local.

A ideia é trazer mais movimento para o clube, apresentando um lugar mais limpo, mais bonito, bem-cuidado, com menos equipamentos quebrados, e assim atrair mais pessoas para frequentar as muitas opções de lazer de um clube que oferece nada menos que 100 mil metros quadrados.

A área do Canindé comporta o estádio com capacidade para 21.400 pessoas, além de dois ginásios, academia, campos de bocha e malha, piscinas, quadras poliesportivas, salão nobre, bares, restaurantes e ainda o museu histórico da Lusa, tudo muito mau cuidado, e isso foi a grande sacada do grupo de mutirão para melhorar o visual de tudo que possa atrair a atenção dos frequentadores, especialmente na atual e grave crise financeira que impossibilitou o clube de fazer manutenção nesses equipamentos.

Os resultados do abandono são bastante visíveis: bancos quebrados, pisos trincados, muita sujeira no fundo das piscinas, as árvores sem poda, toldos velhos e sujos, enfim a lista é grande. E com 18 funcionários do clube (desmotivados) estava cada vez mais prejudicada a manutenção. O grupo arrecada entre os membros o dinheiro empregado para a compra de materiais de limpeza. Tintas, toldos, vidros e materiais de construção, por exemplo, eles precisam de parcerias para realizarem outro tipo de manutenção.

Segundo os organizadores, o grupo no WhatsApp soma 100 integrantes e já tem fila de espera de outros torcedores e simpatizantes para entrar na rede pela qual são delineados e discutidos os próximos passos. Tudo é tão organizado que tem até estatuto, presidente, diretoria, tem até o hino que embala os trabalhos com mais alegria, a música “Verde Vinho” do cantor lusitano mais famoso do Brasil, Roberto Leal (que já esteve lá com o grupo).

Com apenas 1.500 sócios pagantes, a administração do clube enxerga de forma muito positiva o que esses torcedores estão fazendo, esta iniciativa do grupo de mutirão é muito bem visto porque são torcedores apaixonados, ajudando a Portuguesa com muito boa vontade, e isso, garante, jamais vai gerar algum tipo de atrito.

Nesses meses iniciais de atuação do grupo, muita coisa pode ser notada com facilidade. Depois da limpeza inicial quando retiraram 200 sacos de folhas caídas pelos passeios, promoveram a pintura nas guias e nos troncos das árvores, depois uma bela limpeza na gruta da santa padroeira Nossa Senhora de Fátima, e por último uma faxina nas ruas e poda nas árvores.

Infelizmente não foi dessa vez que Portuguesa retornou à Série B. Ainda assim, as lembranças do mutirão serão sempre boas, talvez até mereçam um registro jornalístico no histórico Museu da Lusa.

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