Emigrantes vão receber mais informação do Novo Banco e devem decidir até dia 18

Mundo Lusíada
Com Lusa

Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA
Agencia do banco em Lisboa. Foto: MARIO CRUZ/LUSA

Segundo a CMVM, o Novo Banco vai enviar até à próxima terça-feira informação detalhada aos clientes emigrantes sobre a solução proposta para que possam reaver as poupanças aplicadas no BES.

Em comunicado divulgado em 03 de setembro, o regulador dos mercados financeiros afirmou ainda que, depois de recebida essa informação, “todos os clientes terão a possibilidade de tomar uma decisão, incluindo a de reformular a sua decisão original”, sendo que para isso deverão informar o Novo Banco até ao dia 18 de setembro.

O Novo Banco fez em julho uma proposta aos clientes não residentes que subscreveram séries comerciais sobre ações preferenciais comercializadas pelo BES para que venham a receber o capital investido, de forma faseada.

Os emigrantes têm reclamado o dinheiro investido, afirmando que se sentem lesados porque sempre quiseram aplicar as poupanças em depósitos a prazo (com capital e juro garantidos) e que foram os gestores do BES que aplicaram o dinheiro em ações preferenciais, sem o seu conhecimento.

A solução comercial proposta agora pelo Novo Banco prevê a assinatura prévia dos clientes para que o Novo Banco e o Credit Suisse possam anular os veículos financeiros. Só depois será possível avançar com a proposta que garante pelo menos 60% do capital investido, e liquidez se essa for a opção, assim como um depósito anual crescente a seis anos, que prevê recuperar no mínimo 90% do capital investido.

Segundo a informação dada pelo Novo Banco, até quarta-feira da semana passada mais de 50% dos emigrantes aceitaram a proposta, o que corresponde a mais de 3.500 dos 7.000 clientes. Ao total dos clientes em causa correspondem aplicações no valor global de 720 milhões de euros.

Nesta semana foi divulgado que centenas de clientes emigrantes com produtos financeiros do BES vão intentar ações em tribunal a pedir a nulidade das aplicações feitas e indenizações. E o advogado de lesados do BES disse que os seus clientes estão satisfeitos com a possibilidade da Fosun liquidar parcialmente o investimento, caso compre o Novo Banco, mas garantiu que continuarão em tribunal até recuperarem todo o dinheiro.

Arriscado
O Movimento dos Emigrantes Lesados (MEL) já divulgou que considerou a solução comercial “demasiado complexa” e arriscada. Segundo disse à Lusa Luís Marques, um dos dirigentes do MEL, os emigrantes lesados “não têm perfil para adquirir esses produtos” propostos pelo Novo Banco.

O responsável afirmou que o que essas pessoas sempre quiseram foi pôr as poupanças em “depósitos a prazo com capital e juros garantidos” e que na altura foram os gestores do BES que as aplicaram em séries de ações preferenciais, sem o seu conhecimento, e que agora são convidadas a pôr o dinheiro em produtos complexos.

Segundo ele, não é adequado ao perfil de risco dos emigrantes, em que alguns “têm apenas a quarta classe”, fazendo um pedido para os emigrantes para aceitarem aquilo que considerou uma confissão para evitar processos em tribunal.

A solução comercial proposta pelo Novo Banco prevê a assinatura prévia dos clientes para que o Novo Banco e o Credit Suisse possam anular os veículos financeiros. Só depois será possível avançar com a proposta que garante pelo menos 60% do capital investido, e liquidez se essa for a opção, assim como um depósito anual crescente a seis anos, que prevê recuperar no mínimo 90% do capital investido.

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