Eleições: Antonio Costa pede a jovens emigrantes que retornem a Portugal

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA
Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA

O secretário-geral do PS pediu aos jovens qualificados que emigraram para regressarem a Portugal porque o país “não desistiu deles”, e “precisa deles para construir um futuro com segurança e confiança”.

“Eu sei que vocês não desistiram de Portugal, mas quero que também saibam que Portugal não desistiu de vocês, que Portugal não prescinde de vocês, Portugal não vos manda emigrar. Portugal está aqui de braços abertos, Portugal diz precisamos de vocês, voltem porque o país precisa construir um futuro com segurança e confiança”, afirmou António Costa.

O secretário-geral do PS, que falava num jantar comício em Grovelas, Ponte da Barca, onde participaram mais de 500 militantes, afirmou que o “novo ciclo de emigração” que o país tem vivido nos últimos anos “é uma das piores heranças que este governo deixa ao país”.

“O que nós nunca imaginamos é que 40 anos depois do 25 abril, e 30 anos depois de termos entrado na União Europeia tivesse de haver, outra vez, 350 mil portugueses que partiram, não porque tiveram liberdade de partir, mas porque não encontraram em Portugal alternativa a ter de emigrar para encontrar trabalho digno e com a dignidade a que tinham direito”, sustentou.

Disse que o “novo ciclo de emigração” é “destrutivo da nossa autoestima, do investimento que muitas famílias fizeram na educação dos seus filhos, e é destrutivo dos sonhos”.

“O problema não é só os sonhos desfeitos, não são só as famílias que estão separadas, é o que isso significa de perda para o futuro do nosso país. Aquilo que mais bloqueou o desenvolvimento do país foi não dispormos, durante décadas, do nível de qualificação de que os outros dispunham. E se agora que finalmente temos perder essa geração perder esta geração significa comprometer por mais uma geração a recuperação do atraso secular que fomos acumulando. Não nos podemos dar ao luxo de perder uma geração e ficar à espera da próxima, para de novo, tentar recuperar o atraso secular que tivemos, sublinhou.

António Costa garantiu que a nova geração de emigrantes, “a primeira que conseguiu vencer um atraso secular do nosso país na formação”, mesmo fora de Portugal “não se desligou do país, não desistiu do país e está disponível para servir o país e para nos ajudar a todos a construir um país melhor”, sustentou.

Como “símbolo” dessa geração apontou o cabeça de lista do PS pelo distrito de Viana do Castelo, Tiago Brandão Rodrigues, investigador em Cambridge, responsável por uma técnica de ressonância magnética para detecção precoce do câncer.

Para António Costa “não vale a pena a coligação de direita querer agora disfarçar que está arrependida de ter dito aos jovens para emigrar”, apresentando “em ano de eleições” um programa dirigido ao regresso dos emigrantes, designado o programa “Vem”.

“É um programa extraordinário. (…) Quando chegar ao fim permitirá selecionar 20 jovens que terão oportunidade de receber 20 mil euros, cada um, para poder regressar a Portugal e reconstruir a sua vida em Portugal. (…) Num país que nos últimos quatro anos perdeu 350 mil pessoas, perdeu quase 200 mil jovens com quem é que eles estão a gozar a oferecerem um programa que se dirige a 20 pessoas”, criticou.

Jovens
Na mesma noite, Passos Coelho defendeu em Albergaria-a-Velha, numa sessão da coligação Portugal á Frente dedicada à juventude, que a descida do desemprego “não é por acaso”, mas em resultado das políticas do seu governo.

“Fomos nós que introduzimos o ensino vocacional no secundário, em que jovens podem ter emprego. Muito abandono escolar gerava desemprego ou baixos salários e são já mais de 10 mil empresas que acolhem alunos do ensino vocacional e milhares os que passaram a ter emprego por essa via”, acrescentou. Passos Coelho repisou a ideia de que o seu governo não esteve apenas a enfrentar a crise, mas também a preparar o futuro.

Já Paulo Portas aconselhou os jovens a reter do passado que “os socialistas hipotecaram o seu futuro quando fizeram subir a dívida, que é sempre um imposto futuro que não foi autorizado pelas gerações que o vão pagar”.

Sobre o presente afirmou que, “apesar dos socialistas terem deixado o resgate, o memorando, a ‘troika’ e a recessão, o país foi capaz de passar para um ciclo de crescimento, com criação de emprego, mais empresas a nascerem devido às políticas de apoio ao empreendedorismo, sinais interessantes no investimento e as exportações a baterem recordes”.

Quanto ao futuro, os jovens têm na sua opção de voto duas escolhas: ou na coligação, “que propõe a redução significativa da dívida pública, na casa dos 107% no final da legislatura, ou o PS que a quer aumentar outra vez”.

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