Com recessão, mais de 100 mil portugueses deixaram o país entre 2012 e 2013

Da Redação
Com Lusa

Passageiros no Aeroporto do Algarve. LUIS FORRA / LUSAMais de 100 mil emigrantes de longa duração deixaram Portugal entre 2012 e 2013, de acordo com o relatório “Perspectivas das Migrações Internacionais – 2015”, divulgado em 22 de setembro pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“A emigração de cidadãos portugueses aumentou com a recessão, nomeadamente depois de 2010. O número de emigrantes a longo prazo foi estimado em 52.000 em 2012 e 53.800 em 2013, contra 23.700 em 2010″, referiu o estudo publicado em Paris.

O documento referiu ainda que “o número total de emigrantes (de curta e longa duração) situou-se em 128.100 em 2013, dos quais 96% portugueses e somente quatro por cento de estrangeiros – proporções idênticas ao ano anterior”. Ou seja, 122.980 portugueses deixaram o país e 5.120 estrangeiros saíram de Portugal naquele ano.

Os países da Europa ocidental, indicou o relatório, continuam com o primeiro destino (mais de 60% de saídas em 2013) dos emigrantes portugueses, mas certos países não europeus, como o Brasil e sobretudo Angola, tornaram-se destinos importantes.

“Embora a sua quota esteja a crescer, as mulheres representam apenas um terço de todos os emigrantes”, segundo o documento, indicando ainda que “os emigrantes qualificados são cada vez mais numerosos, especialmente aqueles que emigram para o Reino Unido ou para a Noruega”.

No total, um saldo migratório negativo de 36.200 pessoas foi registado em Portugal, no ano de 2013, segundo a OCDE.

O Governo português confirmou que, desde 2010, a emigração tem aumentado “muito rapidamente”, adiantando que em 2012 deverão ter saído de Portugal “mais de 95 mil” pessoas, segundo o Relatório da Emigração 2014, divulgado pelo Observatório da Emigração.

De acordo com este documento, a tendência de emigração está a ter maior impacto nas zonas urbanas, especialmente na Grande Lisboa e, além dos “destinos tradicionais”, os portugueses estão agora a optar por novos lugares, situados “nos mais variados pontos do mundo”.

O Governo refere “três conjuntos de países de emigração”. Brasil, Canadá, Estados Unidos e Venezuela acolhem emigrantes em “grande volume”, mas trata-se de populações “envelhecidas e em declínio”, pois atualmente registam uma “redução substancial” na chegada de novos portugueses, segundo o relatório do Observatório da Emigração.

Países como Alemanha, França e Luxemburgo, “com grandes populações portuguesas emigradas envelhecidas, mas em crescimento”, têm registado “uma retoma” desta emigração.

Por último, surge “um conjunto de novos países de emigração”, que atrai populações jovens, como é o caso do Reino Unido, “hoje o principal destino” dos portugueses (50 por cento) e também “o mais importante polo de atração” dos mais qualificados.

De acordo com o Relatório da Emigração 2014, haverá mais de 2,3 milhões de emigrantes portugueses, número que mais do que duplica se se acrescentar os seus descendentes.

Também sobre o tema, pesquisador da Universidade de Coimbra liderou um estudo “fuga de cérebros” sobre alta emigração de jovens qualificados.

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