Com comenda a Fernando Leça, Casa de Portugal lota com fado de Cuca Roseta

Diretores da casa recebem mimo da Dra. Alzira Maria Serpa Silva, representante do Governo dos Açores.
Diretores da casa recebem mimo da Dra. Alzira Maria Serpa Silva, representante do Governo dos Açores.

Por Vanessa Sene

Cuca Roseta, uma das mais aclamadas e reconhecidas fadistas da atualidade esteve no palco da Casa de Portugal de São Paulo pela primeira vez, para marcar as comemorações do Dia de Portugal, das Comunidades e de Camões, e 80 anos de fundação da entidade.
A noite de 12 de junho iniciou antes, com uma homenagem ao vice-presidente da casa Fernando Leça, na Biblioteca da Casa de Portugal. Uma curta solenidade encheu o recinto e emocionou o homenageado deste ano com a Comenda da Ordem do Mérito Infante D. Henrique, a mesma já entregue a João Carlos Martins, Hebe Camargo, Ana Maria Braga, Fafá de Belém, Sérgio Reis, Carlos Alberto de Nóbrega, Fernando Henrique Cardoso, entre outros.
“Para Fernando Leça, não há espaço para vaidade, está completamente ocupado com a sobriedade” declarou o presidente Antonio dos Ramos, na abertura do evento, elogiando o grande cidadão português e brasileiro.
O professor, doutor e historiador Carlos Guilherme Mota fez uma breve apresentação do homenageado. Leça nasceu em Bragança, em 1940 veio para o Brasil com 15 anos, e foi residir no ABC Paulista, onde iniciou a sua carreira como vereador. Segundo Mota, imprimindo vigor em todas as áreas de atuação, ele foi sempre um grande defensor da cultura e de uma melhor formação educacional. Foi secretário-chefe da Casa Civil na gestão Mario Covas, presidente do Memorial da América Latina e grande defensor da Fapesp e da Cátedra Jaime Cortesão. Citando-o como homem de modéstia e de referência, disse estar “sempre sereno, sempre nos inspirando”.
Fernando Leça agradeceu emocionado e declarou que a homenagem traduz num reconhecimento e numa responsabilidade maior daqui para frente. Ao Mundo Lusíada, falou que a causa da homenagem é ainda mais importante. “Representa a nossa gente, a junção de Brasil e Portugal, esse elo tão forte. E esta casa é o símbolo disso”.
Para o presidente da Casa de Portugal, o homenageado foi sempre o “nosso melhor diretor, uma pessoa ímpar” declarou Antonio dos Ramos. Também comentou sobre a grande atração da noite, a fadista Cuca Roseta. “Ela é jovem, é bonita, canta bem. Espero que os convidados gostem do repertório”. Bastante aplaudida, a fadista encheu o salão da Casa de Portugal e apresentou, durante um tour em cinco capitais no Brasil, seu novo disco produzido pelo brasileiro Nelson Motta.
Ao Mundo Lusíada, o presidente Antonio dos Ramos confirmou ainda que as comemorações dos 80 anos da Casa de Portugal se estendem neste ano, como num grande evento que acontece no início de novembro, trazendo como atrações Marco Rodrigues e a Raquel Tavares. Sobre a gestão da casa, o presidente disse que sentiu menos rendimentos com o salão este ano, mas que o investimento em grandes eventos valem a pena. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Logo_Galeria-de-ImagensA noite ainda contou com coquetel e inauguração da exposição “Terra, mar, ar”, do artista plástico Adelino de Sá. São 22 obras representando Portugal, alguns representando regiões, paisagens típicas, a diáspora, o fado e as grandes navegações portuguesas. “Eu gosto mais daquela Amália, até pela paixão que eu tinha por ela, e aquele Velho Regedor que representa a sabedoria, o velho da aldeia que resolve tudo” diz o artista sobre suas obras preferidas, ele que tem cerca de 800 telas e foi convidado pela primeira vez para expor na casa. A mostra segue na galeria até dia 30 de junho.

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