Com alta abstenção, PSD/CDS elege três deputados e PS um na votação da emigração

Mundo Lusíada
Com agencias

piscoepascoaOs resultados da votação nos círculos da Europa e Fora da Europa, nas eleições legislativas do passado dia 04, foram anunciados em Lisboa, elegendo quatro deputados, dois por cada um dos círculos eleitorais.

No círculo fora da Europa, PSD/CDS novamente conseguiu eleger dois deputados, o atual secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e o deputado Carlos Páscoa. Na Europa, a coligação Portugal à Frente reelegeu Carlos Gonçalves, e o PS Paulo Pisco.

A contagem dos votos dos eleitores registrados nos dois círculos eleitorais da emigração foi feita no pavilhão municipal do Casal Vistoso, em Lisboa. Com 160 pessoas, distribuídas por 32 mesas de voto: 15 para o círculo Europa e 17 para o de Fora da Europa.

88% de abstenção
Apenas 28 mil emigrantes, dos cerca de 242.000 eleitores inscritos no recenseamento dos círculos da Europa e Fora da Europa, votaram nestas eleições, numa abstenção mais alta de sempre.

O número, que corresponde a cerca de 11,5% do total, representa cerca de 5 mil votos em relação às legislativas de 2011, segundo Jorge Miguéis, secretário-geral-adjunto da administração eleitoral.

O cenário pode ser justificado pelo “mau funcionamento dos serviços postais nalguns países” e pelo impacto da greve dos funcionários dos correios do Brasil, país que representa 60% do universo dos eleitores (cerca de 101.000), referiu.

De acordo com Jorge Miguéis, até ao momento não chegou qualquer voto de Timor-Leste, enquanto a zona de Macau/China registrou o maior crescimento de participação, com mais de 3.000 votantes. O maior número de boletins chegou do Brasil, mais de 6 mil votos.

Para as eleições legislativas, ao contrário das presidenciais e europeias, o voto é feito via correspondência, sendo aceites os boletins de voto que chegarem até ao dia 14 de outubro e que tenham o selo postal de, no máximo, 04 de outubro.

Círculo Europa
A coligação PàF e o PS partilham os dois deputados atribuídos pelo círculo da Europa, mas a lista conjunta PSD/CDS foi a mais votada, alcançando o melhor resultado desde 1991. “É um momento histórico para a coligação. Venceu o círculo eleitoral da Europa, algo que não acontecia desde 1991”, disse à Lusa Carlos Gonçalves, cabeça de lista da coligação e que foi eleito.

Segundo o representante da coligação, o resultado expressa “a imagem que os portugueses que vivem fora do país, nomeadamente na União Europeia, têm de Portugal, um país que recupera uma imagem de credibilidade”.

Para Carlos Gonçalves, a votação da emigração também revela que os eleitores “acreditam em Portugal e querem que Portugal seja um país credível, estável e atrativo para os seus investimentos”.

Em declarações à Lusa, Paulo Pisco, cabeça da lista do PS pelo círculo da Europa, indicou que a diferença entre os socialistas e a coligação ronda os 1.100 votos, seguindo resultados provisórios.

“A coligação deve ser felicitada, mas para esta situação contribuíram diversos fatores, entre eles a diminuição do número de eleitores e a existência de muitos votos nulos”. Para Paulo Pisco outro fator que terá contribuído para estes resultados foi a imagem de recuperação do país que foi projetada pela imprensa.

Impugnação
Porém o apuramento final dos votos relativos aos círculo Fora da Europa poderá vir a ser contestado pelo partido Nós, Cidadãos!.

O líder do partido, Mendo Castro Henriques, admitiu durante a campanha eleitoral a impugnação da eleição pelo círculo Fora da Europa, caso venham a confirmar-se o que classificou como “irregularidades” resultantes dos problemas logísticos que marcaram a votação.

Problemas criados com atrasos no envio dos boletins de voto aos eleitores e erros nas moradas dos eleitores, que votam por correspondência, foram as razões invocadas pelo Nós, Cidadãos!, que acredita poder eleger pelo menos um dos dois deputados representantes daquele circulo.

Para o partido, “a situação compromete objetivamente e de forma ilegal a participação dos eleitores recenseados”. Nesse sentido, o Nós, Cidadãos! apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) relativa às “irregularidades gravíssimas que têm marcado a votação nos círculos eleitorais da Europa e de Fora da Europa”.

O Nós conseguiu, com o emigrante português em Macau José Pereira Coutinho, 2.532 votos na China, contra os 214 da coligação PSD/CDS, 97 do PS, 30 do BE, 27 da CDU e 17 do Livre/Tempo de Avançar. Segundo o Diário Digital, porém com o apuramento dos resultados no consulado de São Paulo, onde a coligação PSD/CDS-PP conseguiu 2.942 votos contra apenas 41 do movimento Nós, os dois mandatos do círculo de Fora da Europa foram conquistados pela coligação PaF.

Confira o resultado de votações no estrangeiro Europa e fora da Europa:

PPD/PSD.CDS-PP – 43,95% 12.462 votos
PS- 20,01% 5.673 votos
Nós, Cidadãos!- 9,58% 2.717 votos
PCP-PEV – 3,62% 1.025 votos
Bloco de Esquerda- 3,58% 1.014 votos
PDR- 2,24% 634 votos
PAN- 1,37% 388 votos
LIVRE/Tempo de Avançar- 1,17% 332 votos
PURP- 0,76% 215 votos
MPT- 0,63% 180 votos
PNR – 0,45% 128 votos
PCTP/MRPP- 0,41% 117 votos
PPM- 0,32% 92 votos
JPP – 0,29% 81 votos
PTP-MAS- 0,14% 40 votos

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