Por Odair Sene
A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo realizou na terça feira, 25 de agosto, uma solenidade em conjunto com o Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras (Conscre) para prestar homenagens para pessoas de destaque nas várias comunidades estrangeiras radicadas em São Paulo.
O evento, que aconteceu no Auditório André Franco Montoro, teve comando do presidente da casa, o Deputado Fernando Capez, e do presidente do Conscre, Sergio Serber e contou com representantes de muitas comunidades, como do Chile, Paraguai, Espanha, Itália, Alemanha, Egito, (dez no total) sendo que a de Portugal foi representada pelo Comendador Vasco de Frias Monteiro, um português trasmontano radicado do Brasil há 50 anos e que já recebeu várias homenagens, com destaque para o título de “Cidadão Paulistano” e a maior honraria da Polícia Militar do Estado, a “Medalha Tobias de Aguiar”.
Na abertura do evento, o presidente Fernando Capez lembrou que a solenidade é “a expressão daquilo que o Brasil tem de melhor: a hospitalidade, a harmonia, a tolerância, a capacidade da convivência pacífica”.
Ao Mundo Lusíada, Vasco Monteiro disse, em entrevista, que ficou muito honrado em ter seu nome indicado e pela representatividade frente a sua comunidade “foi um orgulho muito grande”. Há 52 anos radicado no Brasil, ele quando chegou, no ano de 1963, se associou à Casa de Portugal, à Portuguesa, ao Centro Trasmontano, se integrou junto aos conterrâneos, e foi um dos fundadores do primeiro grupo folclórico formado em São Paulo, o “Carvalho Araújo”, que era do Centro Trasmontano.
“É sempre muito importante recebermos o reconhecimento das nossas atividades associativas, e é importante porque nós viemos de fora, então sermos reconhecidos no país de acolhimento é mesmo muito valoroso, já dizia Fernando Pessoa, tudo vale à pena se a alma não é pequena”, disse Vasco Monteiro lembrando que em todas as edições deste evento Portugal esteve representado. “Acho importante essa presença portuguesa neste evento, eu tive o orgulho de poder representar nossa comunidade, que tenho uma ligação muito grande, tanto em São Paulo, quanto em Santos”, falou o diretor social da Casa de Portugal.
Ainda ao Mundo Lusíada Vasco atribui o reconhecimento à comunidade dizendo que, “quem foi homenageado não foi o representante Vasco de Frias Monteiro, foi a Comunidade Portuguesa de São Paulo, por isso para mim foi muito orgulho ser o representante”.
Faltou o produto português
Entre tantos representantes das muitas comunidades estrangeiras, muitos representantes de consulados estavam presentes, da maioria das nacionalidades, o Consulado de Portugal em São Paulo, sem a presença do cônsul, foi representado pela chanceler Maria Fernanda.
No entanto a maior falta de representatividade sentida e notada pelos portugueses, luso brasileiros e de outras nacionalidades, foi após a solenidade quando os presentes se confraternizaram no hall da Assembléia, onde haviam mesas expondo produtos (em especial a culinária tradicional dos países) e a mesa reservada à comunidade portuguesa estava vazia, “uma vergonha” conforme os comentários das pessoas, pelo fato dessa comunidade ter uma das culinárias mais ricas, conhecidas e apreciadas pelo povo das muitas nacionalidades ali presentes.
O que salvou a representação cultural de Portugal foi a presença do Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo, comandado pelo diretor Ernesto Lemos que se apresentou durante a solenidade e foi bastante aplaudido e elogiado. Até porque, teve exibições folclóricas também de outras comunidades.
Dirigentes associativos sim compareceram, com destaque para pessoas ligadas ao folclore português e diretores de várias entidades. O Com. Antonio dos Ramos, Rui Fernão Mota e Costa, Antonio de Almeida e Silva, Fernando Ramalho, Júlio Rodrigues, David da Fonte e muitos outros compareceram.