Trás-os-Montes e Alto Douro, Carção/Vimioso e Rio Frio/Bragança

Quando o Brasil liberou a emigração estrangeira, isso no ano de 1895, por ordem dos militares que haviam implantado a “República” no Brasil em 1889, milhões de pessoas vieram para o Brasil. Ou seja, de 1895 até 1920, cinco milhões de emigrantes chegaram em terras brasileiras, de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Hungria, Rússia, e em 1905 a emigração japonesa e de outras nacionalidades.

Dessa vultosa quantidade de emigrantes, boa parte estabeleceu-se no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, já no Paraná e Santa Catarina a emigração contou com muita gente da Itália, Alemanha e no Rio Grande do Sul a emigração teve maior contagem com o emigrante português e em maior volume dos Açores, ilha pertencente a Portugal.

Como tudo na vida tem as suas consequências, isso também aconteceu em Portugal, mormente nas regiões do norte do país, uma vez que, milhares de pessoas abandonaram as suas terras, famílias inteiras partiram de seus lares e vieram para o Brasil, como aconteceu com os meus familiares, porque pais e avós, tanto paternos como maternos de Trás-os-Montes vieram e isso provocou uma desertificação.

Trás-os-Montes e Alto Douro são regiões maravilhosas, as suas terras são propícias para a agricultura e dali além de suprir a alimentação individual familiar, havia a exportação de seus produtos. Todavia com essa emigração fantástica, as terras foram abandonadas na ocasião e provocou uma desertificação dessas regiões.

Trás-os-Montes na ocasião era uma das seis grandes divisões regionais e administrativas e isso já vinha desde a era das descobertas e era chamado de Província, cujo nome acabou e hoje a denominação é fortemente salientada como Região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Hoje nós temos as “Juntas de Freguesia”, os Distritos e Concelhos, então como exemplos que podemos dar ou sejam: Rio Frio/Bragança, Carção/Vimioso, portanto, pertencem aos Distritos de Bragança e de Vimioso, como outras freguesias o são entronizadas nos distritos e concelhos.

Carção: distante do Concelho e Distrito de Vimioso, fica há mais ou menos 6 quilômetros de distancia e é um terra secular, provavelmente uns 3.000 anos, muito antes até da era dos Celtas, porque em suas terras foram encontrados restos de minérios, que eram explorados por esses povos antigos. Ali na região também da era quinhentista se enturmaram muitas famílias judias, que haviam sido expulsas da Espanha e ali em Carção em um maior polo emigratório se acantonaram em conjunto com outras freguesias, como Santulhão, Outeiro, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e outras.

Hoje Carção está prosseguindo na sua marcha e em razão de muitos filhos seus, que emigraram para outros países, ao voltarem construíram e reformaram muita coisa, tornando a freguesia muito mais linda em construções e locais, nos mostrando uma beleza maior para a visão geral, como presenciei na minha recente passagem à Trás-os-Montes e Carção, terra do meu pai, e que hoje a sua população gira em torno de umas duas mil pessoas.

Rio Frio pertencente ao Concelho e Distrito de Bragança, também terra milenar, dista hoje 13 quilômetros de Bragança e Rio Frio já foi Rio Frio de Outeiro, sendo que, desmembrou-se e foi criada a freguesia de Outeiro. Evidentemente a mesma coisa dita sobre Carção, pode-se apregoar para Rio Frio, sendo que a sua população gira em torno de mil pessoas.

Hoje com a “União Europeia”, com a criação da moeda única o “Euro”, praticamente os países viraram “Estados” como no Brasil e todos que assinaram o protocolo de Bruxelas, têm que aceitar as ordens da capital europeia. No começo da União Europeia, Bruxelas enviou à conta dos países ricos, bilhões de Euros e todos países reformaram as suas estradas, bem como, criando outras, reformaram os seus prédios, hospitais, tudo no sentido de unir os países e os gastos foram imensos, e agora os países de menor expressão não têm como pagar, criando essa confusão financeira que estamos acostumados a ler e ouvir nos jornais mundiais.

Esses locais maravilhosos que outrora foram abandonados pelos emigrantes, aos poucos vão se refazendo e a esperança dos milhões de emigrantes e seus descendentes, é que um dia Trás-os-Montes e Alto Douro, Carção e Rio Frio e todo o conjunto das “Regiões Portuguesas”, com suas Juntas de Freguesia, seus Concelhos, seus Distritos e suas saudosas Províncias, retornem à época gloriosa do sempre querido e eterno PORTUGAL.

 

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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