Hospitais privados de Coimbra e Viseu acolhem vítimas gratuitamente, Santuário doa 50 mil euros

Da Redação
Com Lusa

Os hospitais do grupo Idealmed em Coimbra e da CUF em Viseu acolhem gratuitamente todos aqueles que, em consequência dos atuais incêndios, necessitem de cuidados de saúde. Para o atendimento e tratamento no hospital da Idealmed em Coimbra será necessário que as pessoas se apresentem “referenciadas pelas corporações de bombeiros, Proteção Civil e centros de saúde”, informa uma nota da empresa.

Na sua unidade hospitalar em Coimbra, os serviços de atendimento médico permanente estão “totalmente disponíveis 24 horas por dia”, refere a Idealmed, indicando que, além deste estabelecimento, dispõe, na região Centro, de unidades de saúde em Pombal, Figueira da Foz e Cantanhede.

Perante as consequências dos incêndios na região, “não nos é possível ficar indiferentes e não contribuir com tudo o que nos seja possível”, afirma o presidente da administração da empresa, José Alexandre Cunha, citado na nota, sustentando que “este é um momento de união e de ação, agindo solidariamente para que possamos minimizar o sofrimento de todos”.

Também o atendimento permanente do hospital da CUF em Viseu “está disponível para receber gratuitamente os bombeiros e toda a população afetada pelos incêndios”, dada “a gravidade da situação que se vive no distrito”, informa o estabelecimento.

Foi anunciado ainda nesta manhã que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai alocar 500 mil euros para equipar unidades de saúde da região de Coimbra que têm estado a cuidar das vítimas dos incêndios que voltaram a afetar a mesma região no passado domingo.

Também o Santuário de Fátima vai disponibilizar 50 mil euros para “ajuda de emergência às populações atingidas pelos incêndios” segundo o bispo da diocese de Leiria-Fátima. “O Santuário de Fátima não poderia ficar indiferente diante da catástrofe que afetou particularmente a diocese de Leiria-Fátima. Felizmente não houve vítimas mortais entre nós, mas 80% do Pinhal de Leiria ardeu, bem como algumas casas e quintais, com elevados danos materiais”, disse o bispo António Marto, indicando que a verba disponibilizada vai ser entregue à Cáritas nacional. Ele disse ainda “é urgente” que se passe à ação concreta em termos de prevenção e combate aos fogos em Portugal.

Pampilhosa da Serra
O incêndio que afetou Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, deixou cerca de 20 pessoas desalojadas e destruiu 238 habitações, havendo ainda uma mulher de 70 anos desaparecida. Nesta manhã, o presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, José Brito, sublinhou que o concelho está “completamente isolado”, estando sem rede móvel ou fixa e sem eletricidade. Ele  considerou “uma vergonha nacional” o que foi feito em relação à rede de fibra ótica e critica a opção de não se utilizarem as calhas técnicas nas estradas nacionais. A autarquia está a promover “alojamento” para as pessoas que perderam a sua casa, seja através da “colaboração de algumas entidades”, seja através da cedência de instalações do próprio município para os casos de maior fragilidade.

Monção 
O incêndio que deflagrou no concelho de Monção pelas 20:20 de sábado e foi dado como extinto exatamente dois dias depois consumiu mais de seis mil hectares de floresta, segundo o presidente da Câmara local.  O fogo “matou muitos animais e causou danos em várias estradas”, destacando a Estrada Nacional 202, no troço que atravessa a freguesia de Barbeita, “uma das mais afetadas pelo incêndio”.

Carregal do Sol 
Segundo o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, o incêndio que cercou o seu concelho na madrugada de segunda-feira consumiu 70 a 80 % da mancha florestal e uma dezena de casas. “Foi uma coisa horrorosa. Já tenho alguma idade, fui presidente de junta, presidente dos bombeiros e vivi estas coisas muitos anos, mas nunca vi uma coisa destas: foi o maior incêndio do concelho”.

Santa Comba Dão 
Cerca de 80% da mancha florestal do concelho de Santa Comba Dão ardeu no domingo e na segunda-feira, sendo este “o maior incêndio de sempre” a afetar o município no sul do distrito de Viseu, disse o presidente da autarquia, Leonel Gouveia. “Este é o maior incêndio de que tenho memória: o maior de sempre no concelho de Santa Comba Dão. Em 2005, também já tínhamos tido um grande incêndio, mas este provocou cinco vítimas mortais civis e destruiu 80% da mancha florestal do concelho”.

De acordo com o presidente da Câmara de Santa Comba Dão, arderam 15 habitações principais e mais de 50 devolutas ou segundas habitações. “Temos também sete ou oito empresas de pequenas dimensões ardidas na cidade”, acrescentou. Sobre as cinco vítimas mortais, Leonel Gouveia informou que são todas da freguesia de S. Joaninho.

Oliveira do Hospital 
Dezenas de pessoas afetadas pelo incêndio de domingo, em Oliveira do Hospital, estiveram dia 17 a procurar diversas ajudas de emergência na Câmara Municipal. Dezenas de voluntários de todo o país, de diferentes áreas profissionais, têm chegado a Oliveira do Hospital, como foi o caso de dois veterinários oriundos do Alentejo. Só no concelho terão morrido pelo menos oito pessoas, na sequência dos incêndios. O presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, diz que ardeu toda a floresta no concelho como num autêntico pesadelo.

Seia
A Câmara de Seia anunciou que iniciou o levantamento dos prejuízos causados pelos incêndios de domingo e de segunda-feira no concelho, a maior “tragédia de sempre” que motivou a ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil. “É necessário agendar medidas urgentes de sustentação de solos, no pós incêndio, bem como estabelecer um plano a médio prazo de recuperação dos setores agrícola, florestal e turístico que vão sair enormemente debilitados desta catástrofe”, defende Carlos Filipe Camelo.

A chuva finalmente ajudou na luta contra as chamas e o que fica agora é um cenário de devastação no norte e centro de Portugal. O último balanço aponta para 37 mortes, arderam centenas de casas e empresas, e mais de uma centena de pessoas ficaram desalojadas.

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