Castelo de Leiria recebe um milhão para reabilitação e valorização

Da Redação
Com Lusa

Castelo de Leiria, Portugal. Foto: Hugo Cadavez

A Câmara de Leiria aprovou um investimento de 1,3 milhões de euros (+IVA) para a valorização e reabilitação do castelo de Leiria.

“Esta intervenção terá um impacto considerável na rede de castelos nacional, no sentido de proporcionar melhor inclusão social e cultural, em termos de mobilidade, e que será sujeito a financiamento comunitário”, refere a nota de imprensa da autarquia.

Com um prazo de execução definida para 730 dias, a intervenção inclui não só o espaço intramuralhas, atualmente visitável, mas também os elementos edificados da casa do guarda e os celeiros.

O projeto, que tem o parecer favorável da Direção Regional de Cultura do Centro, prevê um conjunto de intervenções de restauro, adaptação, arranjos exteriores e enquadramento urbano, por forma a potenciar, dentro da rede cultural nacional, o papel do castelo de Leiria como equipamento cultural e turístico.

Segundo o Município de Leiria, está ainda previsto um plano geral de ocupação e reorganização do espaço, nomeadamente um projeto de arranjos exteriores, organização do sistema de circulação interna, melhoria das acessibilidades aos edifícios existentes e das condições de segurança no interior do recinto.

Serão ainda instaladas portaria, bilheteira, cafetaria, loja e instalações sanitárias, e proceder-se-á ao arranjo do espaço de entrada (Terreiro) vocacionado para a realização de eventos.

O mobiliário urbano e a sinalética geral serão melhorados, assim como o sistema de drenagens e a iluminação interior do castelo.

Prioridade do Patrimônio
A diretora-geral do Patrimônio Cultural, Paula Silva, há mais de um ano à frente do organismo, aponta como prioridade a melhoria de comunicação no geral, que entende como uma “fragilidade” da instituição.

Paula Silva, em entrevista à Lusa, no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, disse que “há dificuldades em fazer chegar o que há de bom e interessante” na área do patrimônio, pois a comunicação social apresenta, mais facilmente, os casos menos positivos.

A responsável quer também mostrar o país além de Lisboa, pois considera que o que acontece fora da capital, “por uma ou por outra razão qualquer, é mais esquecido”.

“Uma das fragilidades que detectamos é a nossa dificuldade em comunicar e fazer chegar [a mensagem] em dois aspectos, um lado positivo do património arquitetónico, artístico e arqueológico, e aquilo que se faz de interessante e não passa; o que passa normalmente são os maus exemplos, os edifícios que estão a cair e coisas desse gênero”, afirmou, sublinhando “que é preciso fazer passar aquilo que se faz de bom e interessante, e que é muito”.

Em termos de comunicação, e no âmbito dos objetivos do Governo, a DGPC “está a começar a trabalhar com a RTP”, adiantou Paula Silva, acrescentando: “O objetivo é fazermos alguns programas culturais”.

Outra intenção de Paula Silva é “comunicar melhor o que se passa nos serviços dependentes, ou seja, o que se passa nos museus, palácios e monumentos que estão debaixo da tutela da DGPC”.

Paula Silva realçou o empenho da DGPC na publicação de revistas especializadas, nomeadamente manter a edição da Monumentos, tendo publicado já três números, um deles dedicado ao patrimônio português na Europa, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, e sairá outro em novembro sobre os 300 anos da construção do palácio-convento de Mafra, e sairá também a revista Patrimônio, mantêm-se as duas revistas sobre arqueologia e está a preparar uma publicação sobre museus.

Melhorar o atendimento aos públicos é visto pela diretora-geral como “uma obrigação”, dado o aumento de visitantes, nomeadamente estrangeiros.

Paula Silva reconheceu que uma outra das dificuldades com que se depara é falta de pessoal, e o envelhecimento dos quadros da DGPC. “Há pouco pessoal, e grande parte está envelhecido, a exigência de trabalho é muito maior dada a dinâmica de públicos”, disse Paula Silva.

Face ao aumento de públicos, a responsável disse que há necessidade de se reforçarem alguns setores, e pondera a possibilidade de introduzir bilheteiras automáticas, com a passagem de funcionários para outras áreas, “nomeadamente a vigilância de salas”.

A diretora-geral disse que “têm entrado pessoas pela mobilidade”, isto é, a passagem de pessoal entre ministérios, e adiantou que “há concursos a decorrer, nomeadamente para a arqueologia, mas são sempre limitados, porque não há possibilidade de aumentar os quadros da função pública”.

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