Investimento imobiliário em Portugal pode atingir “recorde histórico” de cerca de 3 bilhões

Da Redação
Com agencias

O grupo norte-americano da área do imobiliário CBRE destacou “uma dinâmica muito positiva no setor” em Portugal no primeiro semestre, estimando ser possível um novo “recorde histórico” de investimento anual, próximo dos três bilhões de euros.

Em comunicado sobre uma pesquisa feita por seus peritos, lê-se que “o investimento alcançado nos primeiros seis meses do ano e os ativos que estão e deverão entrar no mercado elevam as expectativas de fecho do ano para valores superiores a dois mil milhões de euros (o dobro de 2016 e em linha com 2015), com a probabilidade de atingir ainda um novo recorde histórico, próximo dos três mil milhões de euros”.

Os responsáveis da CBRE sublinham que “o investimento nacional representou apenas 10% do volume de investimento em imobiliário comercial do primeiro semestre, embora com um peso de 41% no número total de transações” e que, “no mercado de investimento em imobiliário comercial, foram captados mil milhões de euros para o país, um valor muito em linha com o observado no período homólogo, e um total de 22 transações”.

“No comércio de rua de Lisboa o aumento foi mais significativo para 130 euros por metro quadrado/mês, na Rua Garrett”, uma variação anual de mais 30%, por exemplo, “enquanto na Rua de Santa Catarina, no Porto, manteve-se nos 45 euros por metro quadrado/mês”, com “maior preponderância de unidades do setor de alimentação e bebidas, impulsionadas pelo contínuo crescimento do setor turístico”. Neste ano, pela primeira vez a procura de imóveis no Porto superou Lisboa.

Entretanto, o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat, revelou que os preços das casas aumentaram 4,0% na zona euro e 4,5% na UE no primeiro trimestre deste ano, face ao homólogo, com Portugal a registrar uma subida acima de ambas as médias.

O grupo multinacional CBRE de origem norte-americana dedica-se ao setor imobiliário, com mais de 75.000 colaboradores e 450 escritórios em todo o mundo, além das companhias afiliadas, dedicando-se à consultoria estratégica e mediação em operações de venda e arrendamento de imóveis, promoção, investimento e gestão de imóveis e projetos, segundo o próprio.

Agradar brasileiros

Os brasileiros já estão entre os estrangeiros que mais investem em imóveis em Portugal. Por isso, incorporadoras portuguesas têm buscado adaptar a planta dos empreendimentos ao gosto dos brasileiros, estando entre as novidades mais de um banheiro, vaga de garagem, elevador e varanda, segundo divulgou a assessoria imobiliária Global Trust.

“Antigamente, era comum ter três quartos e uma suíte”, diz Vasco Pereira Coutinho, CEO do grupo Temple, conjunto de incorporadoras e gestora de fundos privados em Portugal com foco no mercado imobiliário. “Hoje em dia, há bastantes empreendimentos em que todos os quartos têm banheiros. É um reflexo dos brasileiros no mercado”, diz o empresário, que tem imóveis em bairros nobres de Lisboa, como Chiado, Alto do Parque e Amoreiras.

Portugal é “um novo destino no radar dos brasileiros”, na visão de Felipe Monteiro, CEO da Max Internacional, que presta assessoria imobiliária a empresas brasileiras. “Os brasileiros gostam de estar em um prédio histórico, mas com conforto de um apartamento novo”, diz Monteiro.

Lisboa e Porto são as cidades mais procuradas pelos brasileiros, segundo a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (Apemip). Cascais e Estoril, no litoral próximo a Lisboa, são procuradas por quem quer viver lá, especialmente por sua oferta de empreendimentos novos.

Segundo a Global Trust, a procura é crescente também pelo “Golden Visa”, autorização de residência para quem compra propriedades (ou fundos de investimentos) de no mínimo 500 mil euros (R$ 1,8 milhão) em Portugal ou faz investimentos financeiros acima de 1 milhão de euros (R$ 3,6 milhões). Com isso, o investidor ganha todos os direitos de um cidadão português, benefícios estendidos a filhos e pais, desde que comprovada a dependência.

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