Em Portugal, resultados das eleições alemãs são “um enorme sinal de alerta”

Mundo Lusíada
Com Lusa

A coordenadora do BE declarou que o resultado das eleições na Alemanha é “um enorme sinal de alerta” sobre a situação europeia, considerando que a extrema-direita cavalga o descontentamento das pessoas pela falta de resposta do centrão.

A chanceler alemã, Angela Merkel, venceu as eleições de domingo com 33% dos votos, tendo em segundo lugar ficado o Partido Social-Democrata (SPD), que já anunciou que não vai renovar a coligação anterior e em terceiro lugar a extrema-direita (AfD), com 12,6% dos votos, sendo a primeira vez, em 60 anos, que um partido à direita dos conservadores entra no parlamento alemão.

“Os resultados das eleições na Alemanha são um enorme sinal de alerta, se é que precisávamos de mais algum, sobre a situação na Europa”, respondeu aos jornalistas Catarina Martins, à margem de uma ação de campanha autárquica, no Montijo, distrito de Setúbal.

O centrão, na opinião de Catarina Martins, “não dá resposta à expectativa de vida das pessoas” e “esse descontentamento está a ser cavalgado pela extrema-direita, o que é muito preocupante”.

“De fato, a precarização do trabalho, o fato de gerações não verem capacidade de terem estabilidade na sua vida – mesmo na Alemanha, a grande beneficiária do Euro – faz com que a extrema-direita possa cavalgar o descontentamento e crescer”, avisou.

Segundo a líder bloquista, se “na Alemanha não há o problema de desemprego que há noutros países, como por exemplo, em Portugal, há o problema da enorme precarização do trabalho”.

“Isto demonstra a necessidade de uma alternativa verdadeira na Europa, que deixe este modelo neoliberal de privatização de serviços públicos, precarização do trabalho, que de facto está a destruir qualquer possibilidade de paz e coesão na Europa”, defendeu.

Extrema-direita

Também a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, felicitou Angela Merkel pela vitória nas eleições alemãs, expressando igualmente preocupação pelo crescimento da extrema-direita.

“Já felicitei Angela Merkel por esta vitória. É significativo que, mais uma vez, tenha sido a CDU a vencer estas eleições, mas naturalmente com uma nota de preocupação pelo crescimento que, aliás se previa e não foi tão grande quanto o previsto, das forças mais de extrema-direita, mas que passam a ter uma representação no parlamento alemão”, afirmou Assunção Cristas.

A líder centrista defendeu que “derivas radicais à esquerda e à direita não são boas, não têm boas experiências históricas” e não servem as populações, nem em Portugal nem na Alemanha.

Assunção Cristas falava aos jornalistas no final de um passeio de mota, uma ação de campanha para a Câmara de Lisboa, na qualidade de cabeça de lista da coligação “Pela Nossa Lisboa” (CDS-PP/MPT/PPM).

As eleições alemãs deram um resultado histórico à extrema-direita, que entra para o parlamento pela primeira vez desde a II Guerra Mundial e torna-se a terceira força política.

 

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