Guterres diz que “dignidade humana” estará no centro do seu trabalho como chefe das Nações Unidas

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Foto UN Photo/Cia Pak

Mundo Lusíada
Com agencias

O engenheiro português António Guterres será secretário-geral das Nações Unidas a partir de 1º de janeiro de 2017, por um período de cinco anos. Ele foi escolhido por aclamação pelos 193 países-membros da organização, durante cerimônia na Assembléia Geral. Quem fez o anúncio foi o presidente do órgão, Peter Thomson, durante o evento em 13 de outubro, em Nova York. Para Thomson, este é um “dia memorável”.

Ao fazer seu primeiro discurso como secretário-geral designado das Nações Unidas, Guterres disse aceitar o cargo com gratidão e humildade. Ao falar sobre os “problemas dramáticos de um mundo complexo”, António Guterres afirmou que a “dignidade humana” estará no centro do seu trabalho como chefe das Nações Unidas.

O ex-primeiro-ministro de Portugal também ressaltou outras prioridades: a igualdade de gênero; a proteção e a autonomia das mulheres e das meninas; a diversidade, que segundo ele deve unir povos e não afastá-los; e a “diplomacia para a paz”.

Ao discursar em espanhol, além de francês e inglês, Guterres lembrou ser nas Nações Unidas, representada pela bandeira azul, que o mundo pode “encontrar-se e construir a paz, com determinação, criatividade, solidariedade e compaixão”. “O sonho das Nações Unidas ainda não foi cumprido. Muito já foi feito mas ainda há um longo caminho. O horizonte é tangível e nós podemos atingir o bem estar de toda a humanidade” declarou.

A nomeação de António Guterres foi celebrada pelo atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que o parabenizou em vários idiomas. Ao prestar seu apoio à escolha, Ban lembrou que “vários homens e mulheres qualificados tiveram a chance de mostrar sua visão para o futuro da organização” durante o processo de seleção.

Segundo Ban Ki-moon, o “secretário-geral eleito Guterres é mais conhecido onde realmente importa: na linha de frente de conflitos armados e do sofrimento humano”.

Ban lembrou o trabalho de Guterres durante 10 anos como alto-comissário da ONU para Refugiados, cargo que ocupou até dezembro do ano passado. Segundo o chefe das Nações Unidas, compaixão e solidariedade estiveram no centro da advocacia de Guterres ao redor do mundo.

Depois de 10 anos no cargo, Ban Ki-moon disse concordar com Guterres sobre a ONU ser o “melhor lugar para se trabalhar no mundo”. Ao passar o “bastão da liderança” da organização, Ban acredita que “países-membros, homens e mulheres das Nações Unidas e todas as pessoas do mundo veem o mandato de Guterres com confiança e ânimo”.

Último combate

O presidente português voltou a falar de Guterres, seu amigo como se referiu, considerando que esta é a vitória de quem “lutou como se este fosse o último combate da sua vida”. “Além de uma grande alegria nacional e de um grande fator de esperança para o mundo é também algo grande em termos de alegria pessoal” disse Marcelo Rebelo de Sousa.

“Chegou porque continuou a ser aquilo que já era aos 19 anos de idade, que é uma figura impar na capacidade de luta, na combatividade que mostrou na sua candidatura. Lutou como se fosse o último combate da vida. E realmente era” declarou com orgulho mais uma vez o presidente.

Na semana anterior, a votação, por aclamação, foi anunciada pelo presidente rotativo do Conselho, e embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, quem declarou esse ser um “sinal de unidade” do órgão seja traduzido na Assembleia Geral e garantiu que Guterres “pode contar com o apoio do Conselho de Segurança nos próximos cinco anos”, bem como dos Estados-membros da ONU.

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