“Estes mais de 100 mortos não mais sairão do meu pensamento” diz presidente português

Mundo Lusíada
Com agencias

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que usará todos os seus poderes contra a fragilidade do Estado que considerou existir face aos incêndios que já mataram mais de 100 pessoas, e defendeu que se justifica um pedido de desculpa.

Em comunicado ao país, um dia depois da mensagem do Primeiro-Ministro, o chefe de Estado português sublinhou as mais de 100 vítimas em menos de quatro meses de fogo em Portugal, “um enorme peso na consciência”. Para Marcelo, “por muito que a frieza destes tempos, cheios de números e chavões políticos, econômicos e financeiros nos convidem a minimizar, ou banalizar, estes mais de 100 mortos, não mais sairão do meu pensamento. Com um peso enorme na minha consciência. Tal como o meu mandato presidencial”.

As autoridades de Portugal já confirmaram 42 vítimas dos incêndios na região centro do país e decretaram 3 dias de luto nacional. Após o elevado número de mortes que, pela segunda vez este ano, ocorrem em Portugal por causa dos fogos, o CDS-PP declarou que vai avançar com uma moção de censura ao Governo de Antonio Costa, defendendo que “o Estado falhou na prevenção, no combate e no socorro às vítimas”. “Se há na Assembleia da República quem questione a capacidade do Governo, esperemos que a Assembleia diga soberanamente se quer manter este Governo ou não”, afirmou o Presidente da República, que neste dia 18 recebe em Belém os líderes dos partidos PCP e CDS.

“É tempo de reconstruir, de acreditar no futuro, na base da mudança em relação ao passado. A melhor, se não a única, forma de pedir desculpa e, de facto é justificável que se peça desculpa, é reconhecer com humildade que portugueses houve que não viram os poderes públicos como garante de segurança”, defendeu.

O Presidente português percorreu nesta terça-feira as áreas ardidas do concelho de Oliveira do Hospital, tendo visitado empresas cujas instalações foram destruídas pelo fogo. Antes de fazer o comunicado ao país, a partir dos Paços do Concelho da cidade, na sequência dos incêndios dos últimos dias, Marcelo Rebelo de Sousa procurou inteirar-se da dimensão da tragédia, incluindo alguns dos principais danos na economia local. Na zona industrial, Marcelo Rebelo de Sousa visitou uma unidade têxtil que empregava mais de 50 trabalhadores e que foi completamente destruída pelas chamas, no domingo.

Segundo a ANPC, os incêndios de outubro na região centro provocaram, de um total de 41, 19 mortos no distrito de Coimbra, nove dos quais em Oliveira do Hospital, três em Tábua, três em Arganil, três em Penacova e um em Pampilhosa da Serra, sendo esta última vítima mortal a que estava desaparecida e foi encontrada queimada em casa.

No distrito de Viseu, registraram-se 18 vítimas mortais, designadamente em Santa Comba Dão (cinco), Nelas (uma), Carregal do Sal (uma), Tondela (duas), Oliveira de Frades (uma). Oito das vítimas mortais tinham sido registradas em Vouzela, mas nesta quarta-feira a nova informação sobe o número de vítimas para nove. Duas pessoas morreram na Guarda e uma na Sertã (distrito de Castelo Branco). Outra das vítimas mortais perdera a vida na terça-feira, no Hospital de Coimbra.

A Proteção Civil reduziu dia 17 para laranja (o segundo nível mais grave numa escala de quatro) o estado de alerta relativo a incêndios nos 18 distritos portugueses, devido à descida da temperatura e à previsão de chuva.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: