Alentejo quer aproveitar laços entre Portugal, Cabo Verde e Ceará no Brasil

Da Redação

Fortaleza_FerreiraAlentejoMarcado pela natureza e pelo patrimônio, pelas praias atlânticas e pelas planícies com um horizonte que não tem fim, pela tradição e pelo gosto de bem receber, o Alentejo oferece história, aventura e experiências inesquecíveis a seus visitantes. Além de uma oferta hoteleira de qualidade, o Alentejo é também uma região estruturada para o agronegócio, destacando-se na produção de vinho, azeite, queijo, carne, frutas e verduras. E está preparada para ampliar o índice de suas exportações.

O Município de Ferreira do Alentejo – capital do agronegócio em Portugal, onde se produz, por exemplo, o azeite Andorinha, conhecido em todo o Brasil –, lançou o projeto “Alentejo – Região Exportadora”, justamente para incrementar a economia através das exportações e do turismo, aproveitando os laços entre Portugal, Cabo Verde e Brasil e a existência de uma companhia aérea, a empresa dos Transportes Aéros de Cabo Verde (TACV), que já faz voos semanais entre Fortaleza e Lisboa, com escala em Cabo Verde.

Daí que no país africano haja também interesse na rota, nomeadamente por parte de importadores, que, assim, podem diversificar a importação de produtos alimentares. Da mesma forma, o projeto incrementa o turismo. “É um projeto que soma as culturas lusófonas de três países, ou seja, Portugal, Brasil e Cabo Verde, fomentando a sua economia, através das trocas comerciais e do turismo, em que todos podem ganhar”, considera Hélder Guia, diretor do Centro de Desenvolvimento Econômico e Captação de Investimento para Ferreira do Alentejo, um dos seus grandes dinamizadores deste eixo que atravessa o Oceano Atlântico.

Aeroporto Internacional disponível
Um corredor aéreo entre o Alentejo, Cabo Verde e Fortaleza, gerador de um fluxo de turistas e trocas comerciais é a grande meta. E não faltam condições, inclusive um aeroporto internacional novo, inaugurado em 2011. Situado no coração do Alentejo, o Aeroporto Internacional de Beja, que ainda não tem operações regulares, situa-se a 12 km da cidade de Beja, a 170 km de Lisboa e a 150 km do Algarve.

A 120 km de Beja localiza-se o complexo industrial de Sines, principal pólo dinamizador da atividade econômica da região, com o porto de mar europeu mais próximo do Brasil. A 160 km fica a fronteira com Espanha. Próximo do Aeroporto de Beja situa-se também a barragem do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, com 250 km2, uma das maiores atrações turísticas desta região fascinante e ainda por descobrir.

Missão de Fortaleza
Depois de uma missão do Alentejo ter ido ao Ceará, para contatos com empresas e instituições do Estado – iniciativa que teve o apoio da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará –, os promotores do projeto “Alentejo – Região Exportadora” convidaram agentes de viagens e operadores de turismo cearenses e investidores de Cabo Verde, que estiveram em Portugal em meados deste mês de maio.

O novo secretário de Turismo da Prefeitura de Fortaleza, Elpídio Nogueira, que integrou a missão brasileira que esteve no Alentejo, e conheceu a unidade de agroturismo do Monte das Palmeiras, no município de Ferreira do Alentejo, entre outras, ficou agradavelmente impressionado com a qualidade das infraestruturas turísticas no espaço rural, assim como com a riqueza da gastronomia local.

António Correia e José Mário, dois empresários de Cabo Verde, com interesse na importação de produtos alimentares portugueses, nomeadamente vinho e azeite, também ficaram “muito satisfeitos” com o projeto e com a possibilidade que tiveram de “conhecer melhor as maravilhas do Alentejo”, tendo manifestado “todo o interesse” em fazer negócios da região, aumentando a sua oferta de produtos portugueses nas ilhas de Cabo Verde.

Ao longo da jornada por terras do Alentejo, foi possível sentir um grande interesse dos brasileiros pela história, pela cultura e pela gastronomia de Portugal. E também pelo clima, que em metade do ano é tão ou mais quente do que no Ceará. Como dizia uma agente de turismo brasileira de Fortaleza, “nem foi preciso mudar o guarda-roupa”.

Ações de charme em Cabo Verde
O Município de Ferreira do Alentejo, que é o motor deste projeto financiado por fundos europeus, com o apoio do Governo português através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, só espera que os aviões comecem a aterrissar no Aeroporto Internacional de Beja no mais curto espaço de tempo. “O trabalho que já fizemos e o caminho difícil que já desbravamos valeram a pena. Porque conseguimos demonstrar que a linha aéria entre o Alentejo e Fortaleza é possível e faz sentido. Só precisamos de ver os aviões na pista de Beja”, afirma Hélder Guia.

Na próxima semana, o Alentejo vai continuar com suas ações de charme com vista a alcançar esse objetivo. Agora será na ilha do Sal, em Cabo Verde, no dia 28, com um jantar de degustação de produtos alentejanos.

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